Apple é acusado de espionar iPhones de funcionários

Por Michael Henrique
Imagem: Dall-e

A Apple enfrenta acusações graves de espionagem contra seus próprios funcionários. O processo, movido por Amar Bhakta, aponta que a empresa utiliza dispositivos gerenciados para acessar informações pessoais, incluindo dados do iCloud. A denúncia levanta questões sobre privacidade e ética no ambiente corporativo.

Bhakta, ex-funcionário da área de tecnologia de publicidade, afirma que a Apple incentiva o uso de dispositivos pessoais devido às restrições impostas aos aparelhos corporativos. Segundo ele, isso permite à empresa analisar dados não relacionados ao trabalho, transformando o ambiente em um verdadeiro “panóptico”.

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Acusações vão além da privacidade

O processo também aponta impactos negativos nas carreiras dos funcionários. Bhakta alega que precisou remover detalhes de seu trabalho no LinkedIn e enfrenta restrições para apresentações públicas relacionadas à sua área. Essas políticas de privacidade, segundo ele, limitam o avanço profissional.

Os advogados Chris Baker e Jahan Sagafi representam Bhakta no caso. Baker ganhou destaque ao defender Susan Fowler, ex-funcionária da Uber, em um caso de assédio sexual que expôs problemas sistêmicos no setor de tecnologia. Bhakta baseia sua ação no California Private Attorneys General Act, uma legislação que permite que trabalhadores processem empresas em nome do estado.

Se o processo prosperar, a Apple poderá pagar multas significativas, dependendo do número de violações e funcionários envolvidos. A empresa, por sua vez, nega as acusações e reforça que oferece treinamento anual sobre políticas de conduta e respeito aos direitos dos trabalhadores.

Debate sobre vigilância corporativa

Especialistas destacam que o uso de dispositivos gerenciados por empresas é uma prática comum, mas exige equilíbrio. Muitas empresas implementam sistemas de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM) para proteger dados corporativos, mas as acusações contra a Apple levantam a preocupação de que esse acesso possa ser abusado.

No caso de Bhakta, será essencial provar que a Apple extrapolou os limites legais e éticos no monitoramento dos funcionários. Enquanto isso, o debate sobre privacidade no ambiente de trabalho ganha força, principalmente em empresas de tecnologia, onde informações confidenciais são frequentemente armazenadas em dispositivos pessoais.

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As acusações desafiam a reputação da Apple como uma empresa que prioriza a privacidade. O resultado do processo poderá influenciar políticas futuras no setor e definir novos limites para o monitoramento corporativo.

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