A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) anunciou, na última terça-feira, uma ação histórica contra duas corretoras de dados. As empresas Gravy Analytics, sediada na Virgínia, e Mobilewalla, localizada na Geórgia, concordaram em parar de coletar e comercializar dados de localização sensíveis de milhões de americanos.
A decisão ocorre após a FTC acusar ambas de rastrear ilegalmente consumidores próximos a locais sensíveis, como clínicas de saúde, bases militares e locais de culto. A Gravy Analytics e a Mobilewalla lucravam com a venda de dados detalhados sobre os deslocamentos dos indivíduos.
Empresas exploravam dados sem consentimento dos consumidores
A FTC detalhou como a Gravy Analytics, junto com sua subsidiária Venntel, coletou dados para fins comerciais e governamentais sem consentimento explícito. Mesmo ciente da falta de permissão, a empresa continuou a explorar as informações. Entre os dados vendidos estavam visitas a clínicas médicas, preferências religiosas e até atividades políticas.
Já a Mobilewalla foi acusada de práticas similares, incluindo a venda de dados que permitiam identificar residências de indivíduos. A organização obtinha informações de terceiros, como bolsas de lances em tempo real, sem que os consumidores soubessem ou dessem permissão. A FTC afirmou ainda que a empresa falhou em implementar políticas que evitassem a comercialização de dados de locais sensíveis.
Decisão proíbe coleta e exige exclusão de dados
Com os acordos firmados, a Gravy Analytics e a Mobilewalla se comprometeram a parar de coletar dados confidenciais de localização e devem excluir os dados históricos armazenados. Além disso, as empresas precisam criar programas que identifiquem locais sensíveis, como hospitais, escolas e organizações religiosas, bloqueando qualquer venda ou uso dessas informações.
Essa ação da FTC faz parte de uma série de medidas adotadas pelo governo dos EUA para proteger a privacidade dos cidadãos. No início da semana, o Consumer Financial Protection Bureau propôs regras que proíbem a comercialização de informações financeiras e pessoais de americanos, reforçando o compromisso da administração Biden com a privacidade digital.
A Gravy Analytics e a Mobilewalla não responderam aos pedidos de comentário sobre a decisão até o momento da publicação.