Um grupo de hackers, conhecido como Volt Typhoon, aparentemente apoiado pelo governo chinês, realizou o ataque cibernético mais significativo já registrado contra empresas e usuários americanos.
Usando um método inédito, os hackers conseguiram explorar falhas de segurança em softwares que gerenciam redes de dois dos principais provedores de internet dos Estados Unidos, o que lhes permitiu acessar e espionar dados de funcionários do governo americano, militares e empresas de comunicação desde junho do ano passado.
Os ataques, que, de acordo com pesquisadores do Black Lotus Labs, tinham como objetivo coletar informações sobre os planos dos EUA em áreas estratégicas como tecnologia, diplomacia e defesa, ocorrem em um momento de relações particularmente tensas entre os dois países.
A China tem intensificado esforços para substituir softwares e equipamentos estrangeiros por alternativas nacionais, enquanto os Estados Unidos responderam bloqueando a exportação de chips e tecnologias avançadas para a China.
Outro exemplo é a tentativa de proibição do TikTok nos EUA, que se deve ao fato de a plataforma ser de uma empresa chinesa, a ByteDance, o que levanta preocupações sobre a segurança e o uso dos dados dos usuários americanos pelo governo chinês.
Tensões crescentes entre EUA e China aumentam as preocupações com a segurança Nncional
Este ataque cibernético é mais um capítulo nas crescentes tensões entre as duas potências mundiais. A tecnologia, que já era um campo de disputa, tornou-se uma questão de segurança nacional.
O confronto se intensificou recentemente devido a questões envolvendo Taiwan, Hong Kong, e conflitos globais como a guerra na Ucrânia.
Além disso, a corrida pelo domínio de setores tecnológicos como carros elétricos e chips semicondutores tem exacerbado a rivalidade.
Em resposta às acusações, o governo chinês negou qualquer envolvimento no ataque cibernético e, em contrapartida, acusou os Estados Unidos de espionarem ilegalmente as comunicações chinesas.
Este ciclo de acusações e negações entre as duas nações tem aumentado a desconfiança mútua e dificultado qualquer tentativa de reaproximação diplomática.