Meta é acusada de ignorar fraudes em suas plataformas e expor usuários

Por Luciano Rodrigues
Meta é acusada de ignorar fraudes em suas plataforma e expor usuários - Imagem: Dall-E

Uma página falsa tem veiculado anúncios falsos nas redes da Meta há mais de 30 dias, expondo em sua bio o número de telefone de Karolina Taylor, uma garçonete que não tem nenhuma ligação com a fraude.

Desde 21 de maio de 2024, pelo menos oito publicações enganosas estão no ar, promovendo “valores a receber do Banco Central” e utilizando vídeos descontextualizados do ex-BBB Gil do Vigor.

Karolina Taylor, de 20 anos, registrou um boletim de ocorrência contra a fraude após começar a receber inúmeras mensagens de pessoas enganadas.

Ao portal Núcleo Jornalismo, a jovem contou que muitas pessoas chegam a duvidar que se trata de um golpe.

A página fraudulenta, que imita uma instituição financeira chamada Favicred, utiliza endereços e e-mails falsos, mas inclui o número pessoal de Karolina em sua bio, direcionando vítimas para um site que simula um serviço do Banco Central.

O Núcleo identificou que o site da fraude foi criado um dia antes do início da veiculação dos anúncios.

A página tenta convencer os usuários de que eles têm “dinheiro esquecido em contas antigas” que pode ser sacado mediante o pagamento de uma “tarifa transacional” de R$ 45.

Em uma simulação feita pela reportagem, um usuário fictício, utilizando um CPF falso, foi informado de que teria R$ 3,6 mil para sacar.

Fraudes e golpes se espalham por plataformas da Meta

Relatórios do grupo de pesquisa Netlab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, revelam que desde o início de 2023, Facebook e Instagram têm sido utilizados por golpistas para impulsionar golpes.

Essas fraudes imitam programas de governo, páginas de doações ou promoções de produtos.

Apesar das repetidas denúncias e das evidências de fraudes, a Meta tem se mostrado negligente na remoção desses conteúdos.

Um dos anúncios fraudulentos já soma 6,7 mil curtidas, 496 mil visualizações e 6,9 mil comentários, que aparentam ter sido inflados artificialmente.

A persistência desses esquemas nas plataformas da Meta, mesmo após meses de atividade, demonstra uma falta de esforço significativo da rede social em combater tais fraudes e proteger seus usuários.

Compartilhe:
Siga:
Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
Sair da versão mobile