Roblox é acusada de ser frouxa com casos de exploração infantil na plataforma

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

O boletim informativo The Bear Cave, conhecido por divulgar investigações sobre empresas com problemas, acusou a Roblox de permitir exploração sexual infantil e conteúdo inapropriado em sua plataforma.

As alegações, baseadas em reportagens anteriores, apontam que a Roblox estaria envolvida em casos graves de abuso. A empresa negou as acusações, alegando que se tratam de episódios isolados e que o boletim estaria exagerando os fatos para benefício próprio.

A Roblox, por meio de seu diretor sênior de comunicações de políticas, Eric Porterfield, rebateu as acusações afirmando que elas são “enganosas” e que o boletim visa promover interesses do autor, que tem ligações com práticas de venda a descoberto.

Porterfield destacou que o boletim tenta fazer parecer que o Roblox é uma plataforma insegura, o que contraria a experiência diária de milhões de usuários.

A empresa afirma que milhões de crianças têm interações seguras e positivas na plataforma todos os dias.

Relatório do The Bear Cave cita casos desde 2020

O relatório publicado pelo The Bear Cave cita 16 casos documentados desde 2020, em que adultos foram presos ou acusados de exploração sexual infantil relacionada ao Roblox.

Um dos casos mencionados envolve um homem que teria preparado cerca de 150 crianças para atividades sexuais dentro da plataforma. O boletim também traz à tona os chamados “jogos de condomínio”, ambientes virtuais onde os usuários simulam atos sexuais, como já relatado anteriormente pela BBC.

Embora esses casos sejam graves, representam uma pequena fração dos 79 milhões de usuários ativos diários da Roblox, dos quais 42% têm menos de 13 anos.

Em resposta, a Roblox afirma que trabalha continuamente para aprimorar suas práticas de segurança, incluindo o bloqueio de conteúdos inapropriados e o monitoramento de jogos que infringem suas regras. A empresa garantiu que, na maioria dos casos, os chamados jogos de condomínio são rapidamente removidos da plataforma.

Para além das acusações de abuso sexual, o relatório também menciona a existência de conteúdo inapropriado não sexual na plataforma.

Entre os exemplos citados estão jogos que reencenam tiroteios em escolas e o Holocausto.

Em um caso específico, o Roblox teria permitido a dramatização do ataque a mesquitas em Christchurch, Nova Zelândia, além de representações nazistas, conforme relatado por veículos como The Verge e Wired.

A Roblox, que tem se envolvido ativamente em discussões sobre a regulamentação de plataformas online voltadas para crianças, vem defendendo suas práticas de segurança, enquanto enfrenta processos e pressões de grupos de pais.

A empresa diz que busca moldar o Kids Online Safety Act para garantir que suas ferramentas educacionais e criativas não sejam comprometidas por regulações mais rígidas.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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