Agências governamentais dos EUA há muito tempo invadem legalmente celulares e e-mails para combater crimes e ameaças à segurança nacional. O FBI, por exemplo, frequentemente utiliza grampos para monitorar suspeitos de tráfico, enquanto a NSA investiga comunicações digitais em busca de sinais de terrorismo.
Agora, o interesse avança para dispositivos IoT, como câmeras de segurança conectadas e outros equipamentos domésticos inteligentes. Nesse cenário, a startup israelense Toka, apoiada pela renomada Andreessen Horowitz (a16z), desponta como protagonista.
Toka: Expansão no mercado americano
Especialista em hackear dispositivos IoT, a Toka já chamou atenção ao ser mencionada pelo Haaretz em 2022. A reportagem detalhou como a empresa alegava conseguir acessar e até apagar gravações de câmeras de segurança. Esse tipo de tecnologia não apenas amplia o alcance das operações de inteligência, mas também redefine a maneira como governos enfrentam desafios de segurança.
Com foco no mercado americano, a Toka busca contratar um Diretor de Cliente nos EUA. A vaga exige experiência em vendas de tecnologia para o Departamento de Defesa (DoD) e agências de segurança nacional. Além disso, a startup procura engenheiros especializados no suporte a clientes, com experiência em trabalhar com autoridades policiais federais.
Um porta-voz da empresa reforçou que a Toka trabalha exclusivamente com agências governamentais dos Estados Unidos e aliados, sempre respeitando as leis locais. Essa postura reforça a posição da empresa como uma parceira confiável em um setor sensível.
A controvérsia e os próximos passos
Israel, país de origem da Toka, é conhecido por suas avançadas capacidades de inteligência. Recentemente, o Hezbollah alertou os moradores do Líbano para desligarem suas câmeras de segurança, alegando que Israel poderia usá-las para localizar alvos. Essa tática, que combina tecnologia de ponta com estratégia militar, é um exemplo de como ferramentas como as da Toka podem ser aplicadas em cenários de guerra.
Nos Estados Unidos, a tecnologia da Toka já despertou o interesse de departamentos de polícia. No entanto, a startup enfrentou rejeições, como a tentativa frustrada de Ben Horowitz, da a16z, de doar fundos ao Departamento de Polícia de Las Vegas para adquirir o software.
O futuro da vigilância depende cada vez mais de startups como a Toka, que buscam equilibrar avanços tecnológicos e conformidade legal em um cenário global complexo.