Avião supersônico para voos comerciais deve iniciar testes em 2025

Por Cássio Gusson
Foto: Dall-e

O avanço na tecnologia de aviões supersônicos pode revolucionar o transporte aéreo, permitindo que viagens longas sejam realizadas em poucas horas. No próximo ano, a empresa americana Venus Aerospace planeja iniciar os testes de um avião supersônico movido pelo motor inovador VDR2 (Venus Detonation Ramjet 2000 lb Thrust Engine).

Esse motor utiliza uma tecnologia de propulsão hipersônica baseada em detonações rotativas, trazendo uma nova perspectiva para os voos comerciais rápidos.

O VDR2 se destaca por sua simplicidade estrutural. Em vez de turbinas com peças móveis, ele opera com uma câmara de detonação rotativa que comprime o ar enquanto a aeronave avança em altíssimas velocidades.

Diferente dos motores convencionais, que dependem de peças móveis para gerar a propulsão, o VDR2 utiliza um tubo praticamente vazio que aproveita a alta velocidade do ar para criar a compressão necessária para o funcionamento.

Esse design mecânico simples faz com que o motor tolere temperaturas extremamente altas, chegando a mais de 2.100 °C, sem a necessidade de componentes que poderiam se deteriorar em velocidades hipersônicas.

Avião supersônico

Uma das maiores inovações do motor VDR2 é a incorporação da tecnologia de detonação rotativa, ou Rotating Detonation Rocket Engine (RDRE). Essa tecnologia gera ondas de choque contínuas dentro do motor, produzindo mais calor e pressão com maior eficiência do que os motores de foguete tradicionais. Isso permite que o avião atinja velocidades de até Mach 6, aproximadamente seis vezes a velocidade do som, e altitudes impressionantes de 52.000 metros.

De acordo com a Venus Aerospace, o VDR2 será 15% mais eficiente do que os motores convencionais, o que representa um avanço significativo na viabilidade de viagens comerciais hipersônicas. A empresa também firmou parceria com a Velontra, uma especialista em combustão aérea em alta velocidade, para desenvolver ainda mais essa tecnologia e torná-la viável para o mercado de transporte aéreo.

O primeiro teste do motor VDR2 está previsto para ocorrer no ano que vem, em um drone de teste. Se for bem-sucedido, esse marco abrirá caminho para que voos comerciais hipersônicos se tornem uma realidade, reduzindo drasticamente o tempo de viagens internacionais. Um voo entre São Francisco e Tóquio, por exemplo, poderia ser concluído em menos de uma hora, transformando completamente a forma como as pessoas viajam pelo mundo.

Além disso, a expectativa é que o desenvolvimento desse avião supersônico traga benefícios para a economia hipersônica, viabilizando negócios e viagens internacionais com uma eficiência jamais vista. Para Andrew Duggleby, CTO da Venus Aerospace, essa tecnologia “transforma a economia hipersônica em realidade”, indicando que o futuro dos voos comerciais está cada vez mais próximo de se tornar uma revolução no setor aéreo.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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