A Beta Technologies, uma startup de aviação elétrica com sede em Vermont (EUA), anunciou uma nova versão de sua aeronave de decolagem e pouso vertical elétrico (eVTOL), agora projetada para o transporte de passageiros.
A empresa, que já atua nos setores de carga, defesa e logística médica, deu mais um passo em sua estratégia de longo prazo ao entrar no mercado de transporte aéreo regional.
Diferente de concorrentes como Joby Aviation e Archer Aviation, a Beta optou por não operar sua própria rede de táxi aéreo urbano e, em vez disso, se posiciona como fornecedora de aeronaves e soluções de carregamento para uma base diversificada de clientes.
Com quase R$ 4,7 bilhões (US$ 860 milhões) em capital levantado até o momento, a Beta já assegurou contratos com grandes nomes, como a UPS, Air New Zealand e a Força Aérea dos EUA, visando uma implementação mais ampla de suas aeronaves até 2025.
Kyle Clark, fundador e CEO da Beta, revelou que o transporte de passageiros sempre esteve nos planos da empresa, mas a estratégia inicial foi focar em áreas como logística médica e carga.
Ele explicou que essa abordagem permitiu à Beta construir confiança e experiência na segurança de suas aeronaves antes de transportar passageiros. A empresa, inclusive, acumula mais horas de voo do que qualquer outra concorrente no setor de aviação elétrica.
Embora a Beta ainda não tenha um protótipo completo para o modelo de passageiros, a empresa planeja usar o design de suas aeronaves existentes como base.
A versão para passageiros incluirá janelas maiores, cinco assentos, uma cabine para o piloto e um compartimento de bagagem. Além disso, os passageiros terão acesso a controles de luz e ventilação para maior conforto.
A aeronave da Beta poderá transportar até 635 quilos (1.400 libras), capacidade já testada em missões de transporte de carga militar.
Beta já tem certificação para voos testes com clientes
O CEO afirmou que a Beta está a aproximadamente 13 a 14 meses de obter a certificação da Federal Aviation Administration (FAA).
A empresa já garantiu uma autorização que permite voar com clientes em potencial para testar e avaliar o desempenho das aeronave, o que ajudou a startup a fechar acordos com empresas como a Blade, especializada em aviação sob demanda e que em 2021 fez um pedido de até 20 eVTOLs da Beta.
Outros clientes incluem a LCI, que planeja usar as aeronaves da Beta para transportar hóspedes em seus hotéis na Grécia; e a Helijet, que adquiriu quatro eVTOLs com a opção de comprar mais quatro para missões de carga e passageiros.
Atualmente, a empresa conta com mais de 34 locais de carregamento ativo e mais de 50 em desenvolvimento, com clientes como Archer utilizando essas infraestruturas.
Para atender à demanda crescente, a Beta abriu sua primeira unidade de produção em South Burlington em janeiro deste ano. A expectativa é que a fábrica atinja uma capacidade de 300 aeronaves por ano nos próximos quatro anos.