EUA começam a produzir bomba nuclear de gravidade

Por Cássio Gusson
Imagem: SNL
  • EUA iniciam produção antecipada da nova bomba nuclear B61-13.
  • B61-13 tem precisão guiada e rendimento ajustável para alvos diversos.
  • Nova arma reforça dissuasão nuclear sem aumentar número de ogivas.

Os Estados Unidos começaram a produzir sua mais nova bomba nuclear, a B61-13, sete meses antes do cronograma oficial. O anúncio veio do Sandia National Laboratories (SNL), que apresentou o avanço como parte do programa de modernização do arsenal nuclear norte-americano.

Essa bomba representa uma atualização do modelo B61-7, com melhorias em segurança e precisão. Segundo o Departamento de Energia, a Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA) lidera o projeto, orçado em US$ 92 milhões.

A B61-13 é uma bomba de gravidade, ou seja, lançada por aviões, não por mísseis. Diferente de ficções científicas, o termo “gravidade” se refere apenas ao método de entrega da ogiva, que cai livremente até atingir o alvo.

O novo armamento possui rendimento variável entre 10 e 360 quilotons, o que permite ajustar a força da explosão conforme o tipo de alvo. Isso torna possível minimizar danos colaterais ou, se necessário, atingir estruturas fortificadas com precisão e potência maiores.

Inside the U.S. Military's Secret B61-13 Nuclear Bomb

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Bomba Nuclear

Além disso, a B61-13 virá equipada com um kit de cauda guiado, transformando-a de uma bomba comum em um armamento inteligente e de alta precisão. Esse sistema garante que a bomba alcance alvos com maior exatidão, sem expor os aviões a defesas aéreas.

Os primeiros testes de transporte serão feitos com o bombardeiro B-2 Spirit, e, futuramente, com o novo B-21 Raider, aeronave furtiva da próxima geração. A produção acelerada só foi possível graças à redução de 25% no tempo de montagem inicial.

Assim, a decisão dos EUA de reforçar seu arsenal nuclear ocorre num cenário global cada vez mais tenso. A China ampliou significativamente sua força atômica, e estados considerados instáveis buscam adquirir armas nucleares, tornando a dissuasão estratégica mais complexa.

Com a redução drástica dos arsenais desde a Guerra Fria, de até 9.000 ogivas combinadas para cerca de 1.800, os EUA agora apostam em qualidade, tecnologia e segurança, e não em quantidade.

A entrada da B61-13 em operação aumenta a capacidade de resposta dos EUA sem expandir o número total de armas. Além disso, essa estratégia visa manter o país preparado para as ameaças do século XXI, com armamentos mais modernos e controláveis.

O avanço tecnológico e o cumprimento antecipado do cronograma reforçam o compromisso do país com a segurança, dissuasão e defesa estratégica, mesmo diante de cortes internos e desafios geopolíticos crescentes.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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