EUA anunciam bloqueio de exportação de chips de IA para China

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

O governo dos Estados Unidos anunciou um conjunto de novas restrições para exportação de chips e tecnologias de inteligência artificial (IA), nesta segunda-feira (13).

A medida visa consolidar a liderança americana no setor, ao mesmo tempo em que bloqueia o acesso de países como China, Rússia, Irã e Coreia do Norte.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O presidente Joe Biden apresentou as regras como parte de uma estratégia para controlar o fluxo de tecnologia de ponta e proteger os interesses econômicos e de segurança nacional.

As regulamentações, que entrarão em vigor em 120 dias, criam um sistema de camadas que divide o mundo em três grupos.

Países como Japão, Reino Unido, Coreia do Sul e Holanda desfrutarão de acesso irrestrito às tecnologias americanas. Já outros 120 países, incluindo Cingapura, Israel e Emirados Árabes Unidos, enfrentarão restrições moderadas.

Em contrapartida, terão acesso totalmente bloqueado países sob embargo de armas, como China, que já havia prometido uma retaliação caso essas regras entrassem em vigor.

As restrições incluem limitações rigorosas na exportação de unidades de processamento gráfico (GPUs), componentes essenciais para treinar modelos de IA em data centers.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Empresas como Nvidia e AMD, líderes na fabricação desses chips, enfrentarão novos requisitos de licenciamento mundial para exportar seus produtos.

Segundo Gina Raimondo, secretária de Comércio dos EUA, manter o domínio americano em design de chips e desenvolvimento de IA é uma prioridade estratégica.

Provedores de serviços em nuvem, como Microsoft, Google e Amazon, poderão solicitar autorizações globais para construir data centers fora dos EUA.

Contudo, essas empresas terão de cumprir exigências de segurança e relatórios, além de demonstrar compromisso com os direitos humanos.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Mesmo com autorizações, o uso de tecnologias fora dos EUA sofrerá limitações.

As novas regras estabelecem que apenas 50% do poder computacional total de IA das empresas poderá ser alocado em outros países, com limites ainda menores para regiões de nível inferior.

A medida também inclui controles sobre os chamados “pesos de modelo”, elementos essenciais em sistemas avançados de aprendizado de máquina.

Esses controles, segundo o governo dos EUA, visam evitar que adversários usem a tecnologia para fins militares ou abusos de direitos humanos.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Indústria critica medidas que restringem comércio de chips

Apesar dos esforços do governo para justificar as novas regras, gigantes da indústria manifestaram preocupação.

A Nvidia classificou as restrições como “excesso radical”, alertando que tecnologias comuns poderiam ser incluídas indevidamente nas limitações.

A Oracle argumentou que as medidas beneficiariam concorrentes chineses, comprometendo a competitividade global das empresas americanas.

Por outro lado, autoridades como Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional, reforçaram que os Estados Unidos devem se preparar para os avanços rápidos na capacidade da IA.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Sullivan destacou os potenciais benefícios da tecnologia, como melhorias na saúde e educação, mas também alertou sobre riscos, incluindo desenvolvimento de armas biológicas, ataques cibernéticos e violações de direitos humanos.

Compartilhe:
Siga:
Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
Sair da versão mobile