O bairro histórico do Recife Antigo está agitado esta semana com a sexta edição do Festival REC’n’Play, que acontece até sábado (9), reunindo mais de 80 mil pessoas em uma programação intensa de atividades voltadas à tecnologia, inovação e economia criativa.
Com o tema “O futuro nos conecta”, o evento celebra a tecnologia e o conhecimento com mais de 1,5 mil horas de palestras, oficinas, debates e entretenimento.
Promovido em parceria com o Porto Digital, um dos maiores ecossistemas de inovação do Brasil, o festival ocupa cerca de 70 espaços no Recife Antigo, oferecendo uma programação diversa que abrange cultura, negócios e entretenimento.
São mais de mil palestrantes e debatedores, proporcionando um ambiente fértil para discussões sobre temas que vão da economia criativa ao empreendedorismo, passando por tecnologia e sociedade. O evento destaca o papel da tecnologia no cotidiano das pessoas e seu impacto na transformação social e econômica.
O Porto Digital, que é um dos principais realizadores do REC’n’Play, nasceu há 24 anos com o propósito de impulsionar o setor de tecnologia no estado.
Hoje, o ecossistema abriga 415 empresas e emprega mais de 18 mil profissionais, a maioria voltada para o desenvolvimento de softwares.
REC’n’Play chama atenção para inovação e tecnologia
Segundo Pierre Lucena, presidente do Porto Digital e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o festival é uma extensão do trabalho realizado ao longo dos anos, com impacto direto nas comunidades locais.
Entre os programas do Porto Digital, Lucena destaca o “Embarque Digital”, uma iniciativa em parceria com a prefeitura de Recife que oferece 600 bolsas para jovens em situação de vulnerabilidade que desejam estudar tecnologia.
Ele reforça que o REC’n’Play é uma oportunidade para aproximar o público desses temas de maneira acessível e envolvente, mostrando como a inovação pode gerar impacto positivo na vida das pessoas.
Nos primeiros dias do evento, as arenas de games e robótica ganharam destaque, com longas filas de participantes ansiosos para interagir com as atrações.
Espaços para networking e desenvolvimento de negócios também atraíram empreendedores, mostrando que o festival é um ponto de encontro para profissionais e entusiastas do setor tecnológico.
Silvio Meira, professor emérito da UFPE e um dos fundadores do Porto Digital, ressalta a importância do festival como catalisador de mudanças na cidade.
Começamos com apenas cinco empresas e 46 pessoas. Hoje, o Porto Digital conta com quase 20 mil colaboradores e um faturamento anual de cerca de R$ 6 bilhões.
Apesar dos avanços, Lucena aponta que o setor de tecnologia enfrenta desafios importantes, como a formação de mão de obra qualificada.
Ele defende a necessidade de um projeto nacional para ampliar a oferta de cursos técnicos e profissionalizantes em tecnologia da informação, ressaltando que o Brasil forma cerca de 29 mil profissionais de TI por ano, enquanto outros cursos, como o de direito, formam mais de 110 mil.