Fim do suporte para Windows 10 pode inundar planeta com lixo eletrônico

Por Luciano Rodrigues
Fim do suporte para Windows 10 pode inundar planeta com lixo eletrônico - Imagem: Dall-E

A Microsoft está direcionando esforços para impulsionar o mercado de PCs com a integração da inteligência artificial e o Windows 11, uma transição positiva para usuários, mas que pode levar ao descarte prematuro de muitos computadores em aterros sanitários, gerando um aumento significativo no lixo eletrônico.

Isso porque o Windows 11, lançado com requisitos de hardware mais rígidos, não pode ser instalado em muitos PCs antigos, principalmente devido à necessidade do chip TPM 2.0 para segurança aprimorada.

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Kieren Jessop, analista da Canalys, destacou em uma matéria do TechNewsWorld que aproximadamente 20% da base global instalada do Windows, cerca de 200 milhões de dispositivos, não consegue atualizar para o Windows 11.

Com o suporte ao Windows 10 terminando em outubro de 2025, muitas empresas serão forçadas a substituir esses dispositivos, mesmo que ainda estejam operacionais, levando ao aumento do lixo eletrônico.

Segundo estimativas de Jessop e Ben Caddy, também analista da Canalys, cerca de 240 milhões de PCs com Windows 10 serão descartados quando o suporte ao sistema terminar.

Embora muitos desses dispositivos possam ser reciclados, a incompatibilidade com o Windows 11 reduz seu valor para reforma e revenda, tornando-os menos atrativos para reutilização.

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Jacob Kalvo, cofundador e CEO da Live Proxies, explicou que a Microsoft aumentou significativamente os requisitos de hardware para o Windows 11 em comparação com o Windows 10, fazendo com que muitos PCs ainda capazes de executar tarefas diárias sejam descartados.

“O fim do suporte ao Windows 10 não será apenas uma bonança para aterros sanitários, mas também impulsionará as vendas de novos PCs”, afirmou.

A pesquisa da Canalys indicou que 73% dos parceiros de canal esperam que o fim do suporte ao Windows 10 influencie os planos de atualização de seus clientes nos próximos 12 meses.

Além de falta de suporte para Windows 11, IA também deve aumentar o lixo eletrônico

Enquanto a inteligência artificial continua a avançar, os PCs mais antigos podem não conseguir acompanhar essas novas demandas tecnológicas.

“Se aplicativos e recursos baseados em IA se tornarem a norma, os PCs mais antigos não conseguirão executá-los com eficiência”, observou Kalvo.

A integração de funcionalidades de IA diretamente nos dispositivos pode fornecer várias vantagens, mas também pode acelerar a obsolescência do hardware mais antigo.

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Russ Ernst, CTO do Blancco Technology Group, destacou que as empresas estão tentando estender a vida útil de seu hardware antigo.

Segundo ele, há um impulso para se afastar de um ciclo de vida estrito de três anos e manter as máquinas por quatro, cinco anos ou mais.

Uma forma de prolongar a vida útil do hardware é através do “cascateamento”, onde dispositivos com menores demandas computacionais são realocados para departamentos com necessidades de processamento menos intensas.

A Canalys enfatizou que tanto os fornecedores de dispositivos quanto os sistemas operacionais têm um papel crucial na maximização da vida útil dos produtos.

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Para promover a economia circular, os fabricantes devem projetar dispositivos com durabilidade, reparabilidade e reciclabilidade em mente.

Da mesma forma, os fornecedores de sistemas operacionais, como a Microsoft, devem garantir que os dispositivos permaneçam utilizáveis e seguros pelo maior tempo possível.

“A responsabilidade de reduzir o lixo eletrônico é compartilhada entre fabricantes, consumidores e formuladores de políticas. Os fornecedores podem contribuir projetando produtos para longevidade, oferecendo serviços de reparo e fornecendo atualizações de software por períodos prolongados”, afirmou Jessop.

A Microsoft e outros fornecedores de tecnologia têm a responsabilidade de encontrar um equilíbrio entre inovação e sustentabilidade, garantindo que o avanço tecnológico não resulte em danos ambientais significativos.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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