O GPS, amplamente utilizado para navegação em aviões e diversos dispositivos, pode estar com os dias contados. Uma nova tecnologia de geolocalização, desenvolvida pela empresa australiana Advanced Navigation em parceria com a fabricante europeia de mísseis MBDA, promete superar as limitações atuais do GPS, oferecendo maior precisão e confiabilidade.
O GPS, apesar de eficiente, enfrenta desafios significativos. Para funcionar corretamente, ele precisa captar sinais de pelo menos quatro satélites simultaneamente. Condições atmosféricas adversas ou bloqueios intencionais, como interferências de inimigos, dificultam esse processo. Essa vulnerabilidade motivou a busca por alternativas mais robustas.
A nova solução, ainda sem nome oficial, substitui os receptores de GPS por uma câmera neuromórfica voltada para baixo. Esse equipamento, também chamado de “câmera de eventos”, detecta mudanças de brilho em tempo real, capturando detalhes do terreno com mais precisão do que câmeras tradicionais, mesmo em condições de baixa iluminação.
Como funciona a nova tecnologia que pode substituir o GPS
Ao sobrevoar o solo, a câmera neuromórfica analisa os destaques do terreno, criando um “impressão digital” única. O sistema compara essas informações com um banco de dados global armazenado em um computador de bordo, permitindo identificar a localização exata da aeronave. O banco de dados utiliza imagens obtidas por fontes como NASA, NOAA e Google Earth. Essas imagens, simplificadas em contraste de luz e sombra, são altamente compactadas, o que reduz a necessidade de grande capacidade de memória e processamento.
Mesmo em situações desafiadoras, como sobrevoar áreas cobertas por neve ou à noite, a câmera mantém sua eficiência. Quando o terreno não pode ser mapeado – sobre lagos, oceanos ou nuvens espessas – o sistema de navegação inercial (INS) da aeronave assume o controle temporário. Essa tecnologia utiliza sensores de movimento para calcular a posição com base no último ponto de referência verificado.
Os desenvolvedores planejam uma demonstração do sistema no próximo ano, na Austrália, e um lançamento comercial em seguida. Essa inovação não apenas promete substituir o GPS em aeronaves, mas também aponta para um futuro onde a geolocalização será mais precisa e menos vulnerável a interferências.