Miami começa a gerar energia com as ondas do mar para abastecer cidade

Por Cássio Gusson

A cidade de Miami deu um passo inovador e sustentável ao começar a gerar energia elétrica através das ondas do mar. A tecnologia utilizada promete revolucionar a maneira como a cidade obtém energia, promovendo um futuro mais verde e sustentável.

A Ocean Energy, empresa responsável pela iniciativa, implantou sua boia conversora de energia das ondas OE-35, de 826 toneladas, no local de testes de energia das ondas da Marinha dos EUA, ao largo da costa da ilha de Oahu, no Havaí. Esta boia de 125 x 59 pés (38 x 18 m) e com um calado de 31 pés (9 m) está prestes a ser conectada à rede elétrica do estado, marcando um passo importante para a geração de energia renovável.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

A OE-35 já era uma visão familiar na Baía de Kaneohe, no lado de barlavento de Oahu, fixada ao norte da Península de Mōkapu, que abriga uma base do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. O sistema foi testado não apenas no Havaí, mas também na Escócia, como parte de um projeto de US$ 12 milhões financiado pelo Departamento de Energia dos EUA e pela Autoridade de Energia Sustentável da Irlanda (SEAI).

Com uma capacidade potencial de 1,25 MW, a OE-35 aproveita a energia das ondas utilizando um sistema de fluxo de ar duplo notável. Diferente dos sistemas tradicionais que funcionam como um motor de pistão, com um golpe de potência seguido por um período de inatividade, a OE-35 utiliza uma turbina baseada no princípio da turbina Wells, inventada por Alan Arthur Wells da Queen’s University Belfast no final dos anos 1970.

Energia com as ondas do mar

A turbina Wells é uma turbina de ar de baixa pressão que gira continuamente em uma direção, independentemente do fluxo de ar. Isso significa que, à medida que a onda comprime o ar em três câmaras dentro da boia, a turbina gira. Quando o ar se expande e o fluxo se inverte, a turbina continua girando na mesma direção, eliminando a necessidade de mecanismos complexos e válvulas para lidar com o fluxo de ar bidirecional.

Embora não seja a maneira mais eficiente de gerar energia devido ao coeficiente de arrasto mais alto das lâminas da turbina em comparação com turbinas convencionais, o sistema funciona bem o suficiente para que a subsidiária da Ocean Energy Group Ireland espere comissionar a OE-35 em breve. O sistema será conectado por cabo submarino à rede elétrica do estado.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

“Após mais de uma década e meia de design, testes e construção, estamos entusiasmados por finalmente dar este grande passo em direção à comercialização com nosso dispositivo OE-35 de classe mundial,” disse o Professor Tony Lewis, Diretor Técnico da Ocean Energy. “Este projeto internacionalmente significativo não poderia entrar em operação em um momento mais crítico para os EUA e a Irlanda, pois o mundo precisa acelerar o ritmo da descarbonização com tecnologias novas e inovadoras.”

Apesar de 1,25 MW não parecer muito em comparação com a demanda total de energia, esta inovação pode ser um prenúncio do que está por vir. Miami está na vanguarda das cidades que adotam soluções sustentáveis e inovadoras para enfrentar os desafios energéticos e ambientais do futuro. A utilização de energia das ondas é um passo crucial para a cidade e para o mundo, mostrando que é possível aliar desenvolvimento e sustentabilidade.

Sobre:
Compartilhe:
Siga:
Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
Sair da versão mobile