Chega de tomada: Nova bateria betavoltaica não precisar ser carregada nunca

Por Cássio Gusson
Nova bateria é muito mais eficiente que as atuais. Foto: Dall-e
  • Nova bateria nuclear funciona sem recarga e dura décadas.
  • Tecnologia segura e limpa aposenta o carregador tradicional.
  • Energia contínua com radiocarbono revoluciona dispositivos eletrônicos.

Uma nova bateria promete mudar para sempre a forma como usamos a tecnologia. Cientistas desenvolveram uma bateria que nunca precisa ser recarregada, usando como base o radiocarbono, um subproduto de usinas nucleares. A inovação pode aposentar o carregador de vez — e ainda ser segura, durável e ecologicamente correta.

Pesquisadores do Instituto de Ciência e Tecnologia Daegu Gyeongbuk, liderados pelo professor Su-Il In, revelaram o projeto na reunião da American Chemical Society (ACS) em março de 2025. Eles apresentaram uma bateria betavoltaica de nova geração, que usa radiação beta para gerar energia em um ciclo contínuo.

Diferente das baterias de íons de lítio, comuns em celulares e carros elétricos, essa nova bateria não perde desempenho com o tempo e não agride o meio ambiente. Com a presença de radiocarbono nos dois eletrodos — cátodo e ânodo —, ela consegue aproveitar melhor a energia liberada e gerar uma avalanche de elétrons. O resultado: eletricidade constante e confiável.

O segredo está na combinação de dióxido de titânio com um corante à base de rutênio, sensível à radiação beta. Quando os raios atingem o corante, eles ativam uma reação em cadeia que gera uma corrente elétrica. O diferencial é que, ao tratar os dois eletrodos com radiocarbono, os cientistas aumentaram a eficiência da conversão de energia de 0,48% para 2,86%.

Nova bateria
Imagem: Su-Il In

Nova bateria não precisa ser carregada nunca

Dessa forma, a aplicação dessa tecnologia é ampla. Um marcapasso, por exemplo, poderia funcionar por toda a vida do paciente, sem necessidade de substituição. Drones, sensores remotos e até satélites também se beneficiariam da energia constante, sem recargas.

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Além disso, o radiocarbono usado é seguro, fácil de reciclar e já está disponível em grandes quantidades nas usinas nucleares. Uma fina camada de alumínio bloqueia os raios beta, viabilizando o uso doméstico e pessoal.

De acordo com In, a energia nuclear pode deixar de ser apenas algo distante, gerado em grandes usinas, e passar a estar presente em dispositivos do tamanho de um dedo. Ainda existem desafios técnicos, mas o avanço já representa um marco.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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