Cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia da China (USTC) anunciaram um novo HD, uma descoberta revolucionária no armazenamento de dados. Eles conseguiram registrar uma densidade de dados recorde de 1,85 terabytes por centímetro cúbico, utilizando diamantes como meio de armazenamento.
Esse avanço, publicado na revista Nature Photonics, promete transformar a forma como pensamos sobre armazenamento de longo prazo.
Para entender a magnitude da descoberta, é importante fazer uma comparação com tecnologias já existentes. Discos rígidos avançados, por exemplo, conseguem atingir cerca de um terabyte por centímetro cúbico, com algumas versões de maior densidade.
No entanto, a durabilidade desses dispositivos é limitada, e eles têm uma vida útil de até dez anos. Em contrapartida, o armazenamento em diamante não só oferece maior densidade, mas também uma durabilidade impressionante. Segundo a pesquisa, os dados armazenados nos diamantes podem durar milhões de anos sem necessidade de manutenção.
Novo modelo de HD
Além da densidade de armazenamento, a técnica desenvolvida pela USTC também traz melhorias significativas nos tempos de gravação. Os cientistas conseguiram registrar dados em apenas 200 femtossegundos, um tempo extremamente rápido, que torna o processo mais eficiente.
A estabilidade do diamante também garante que o armazenamento se mantenha íntegro mesmo em condições extremas, como temperaturas de até 200°C, sem afetar a qualidade dos dados.
A pesquisa não é uma novidade completa, já que cientistas da City College de Nova York, em 2016, já haviam demonstrado o uso de defeitos no diamante – chamados de centros de vacância de nitrogênio – para armazenamento de dados.
Esses centros, que ocorrem quando um átomo de carbono é substituído por um de nitrogênio, podem armazenar informações de forma estável, quando expostos a lasers. Contudo, foi o trabalho da USTC que levou a tecnologia a um novo patamar, alcançando uma densidade recorde e um desempenho superior.
O uso de diamantes como plataforma para armazenar dados é considerado uma solução promissora, já que o material é naturalmente resistente e pode ser explorado em outras áreas, como redes quânticas e semicondutores. O potencial dessa descoberta abre portas para o futuro do armazenamento de dados, com sistemas mais rápidos, duráveis e compactos.
Embora o processo tenha sido realizado em diamantes pequenos, os cientistas acreditam que a tecnologia é escalável e pode ser aplicada em dispositivos de maior porte no futuro