Pesquisadores da Michigan State University desenvolveram uma técnica inovadora que usa cores para ensinar robôs a se moverem e manipularem objetos, especialmente aqueles que são macios e frágeis.
A pesquisa, liderada pelo professor assistente de engenharia mecânica Shaoting Lin, busca integrar um sistema óptico de interpretação de força em robôs, permitindo que eles percebam, visualizem e interpretem interações complexas durante a manipulação de diferentes tipos de materiais.
Segundo Lin, a equipe está focada em criar uma percepção avançada nos robôs para que eles possam executar manipulações ultra-delicadas.
“Estamos trabalhando para integrar géis fotoelásticos em um sistema óptico de interpretação de estresse para robôs de gel táteis baseados em visão”, explicou o pesquisador.
Essa inovação permitirá que os robôs diferenciem objetos rígidos e frágeis, o que será especialmente útil em áreas como a robótica médica e assistiva.
Robôs mais eficientes e delicados
O projeto, que conta com um financiamento de US$ 366 mil da National Science Foundation, também envolve a colaboração de outros pesquisadores de destaque. Wei Li, professor assistente de engenharia civil na Stony Brook University, e Yu She, professor assistente de engenharia industrial na Purdue University, estão contribuindo para o avanço dessa nova técnica.
Lin destacou que o projeto alavanca várias áreas de conhecimento. “Estamos utilizando o design molecular de géis fotoelásticos resistentes à fadiga, combinados com um sistema de fotometria de interpretação de estresse e algoritmos de aprendizado de máquina baseados em física”, afirmou.
Esses avanços são parte de um esforço conjunto para transformar a maneira como robôs interagem com o ambiente e os objetos ao seu redor.
A nova técnica de uso de cores na robótica tem o potencial de impactar várias indústrias. Robôs cirúrgicos, por exemplo, poderão manipular tecidos com maior precisão e sensibilidade, enquanto robôs agrícolas poderão ser usados para colher frutas sem danificá-las.
Além disso, a tecnologia pode ser aplicada na coleta de espécimes frágeis, como águas-vivas, para estudos marinhos, e no desenvolvimento de robôs assistivos para uso doméstico, como aqueles que servem alimentos.
“Nosso objetivo de longo prazo é fechar a lacuna entre a percepção tátil robótica e a detecção háptica humana”, disse Lin. Isso significa que, no futuro, os robôs poderão alcançar níveis de sensibilidade ao toque comparáveis aos humanos, tornando-os mais eficientes em uma ampla gama de tarefas delicadas.