A Samsung Electronics decidiu agir com urgência para reverter os problemas enfrentados por sua divisão de semicondutores, responsável pela maior parte dos lucros da empresa. A gigante sul-coreana está enfrentando forte concorrência da TSMC, líder mundial na fabricação de chips, e da China, que tem avançado rapidamente nesse setor estratégico.
Com a percepção de que a situação atual não pode continuar, a Samsung promoveu mudanças significativas na liderança da divisão. Han Jin-man, anteriormente vice-presidente executivo do negócio de chips nos Estados Unidos, foi alçado à presidência da área de fundição.
Em seu discurso de posse, ele apresentou um plano ambicioso para recuperar a competitividade e superar as ameaças da TSMC e da China.
A TSMC domina cerca de 65% do mercado global de fundição de chips, atendendo clientes como Apple, Qualcomm e NVIDIA. Apesar de a Samsung ter sido pioneira no processo de fabricação de 3 nanômetros com a tecnologia gate-all-around (GAA), os problemas de rendimento frustraram as expectativas.
Como consequência, a divisão de semicondutores perdeu dinheiro e até fechou linhas de produção devido à falta de pedidos suficientes.
Samsung quer liderar o mercado
Além disso, a ameaça da China é crescente. A SMIC, principal fabricante chinesa de chips, reduziu a diferença de participação de mercado com a Samsung para apenas 3,3 pontos percentuais no terceiro trimestre de 2024. Esse avanço preocupa a Samsung, que não deseja ser ultrapassada pela concorrente chinesa.
Han Jin-man aposta em uma “estratégia de duas vias” para enfrentar os desafios. O foco está no aumento do rendimento do processo de 2 nanômetros, o que poderia atrair mais clientes e evitar que a TSMC monopolize os pedidos. Ao mesmo tempo, ele pretende maximizar a utilização das capacidades de produção com processos mais antigos, de 10 nanômetros ou superiores.
A corrida é contra o tempo. Enquanto a TSMC planeja começar a produção em massa de chips de 2 nanômetros no próximo ano, a Samsung precisa recuperar a confiança do mercado e manter a China sob controle. O sucesso do plano dependerá da capacidade da empresa de executar as mudanças com rapidez e eficiência.