A aviação comercial enfrenta um aumento alarmante de incidentes de falsificação de GPS, uma prática em que sinais falsos são enviados a receptores de GPS, levando os sistemas de navegação a perceberem posições erradas.
De acordo com autoridades e reguladores da aviação, mais de mil voos comerciais foram afetados diariamente em agosto deste ano, uma preocupação crescente para pilotos e empresas aéreas.
A falsificação de GPS, diferente do jamming (interrupção do sinal), não bloqueia o sinal, mas o altera, causando confusão na localização dos aviões.
Tradicionalmente, a falsificação de GPS tem sido usada em zonas de conflito como o Oriente Médio e a Ucrânia, como uma tática para desviar drones e mísseis.
No entanto, especialistas agora relatam que os ataques começaram a afetar voos comerciais em grande escala há aproximadamente um ano.
Em fevereiro, apenas algumas dezenas de voos comerciais foram impactados, mas esse número subiu para mais de 1.100 em agosto, de acordo com dados da SkAI Data Services e da Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique.
Christopher Behnam, capitão aposentado da Boeing, disse que frequentemente encontrou interferências de GPS ao sobrevoar o Oriente Médio.
Em declaração ao The Wall Street Jounal, ele relatou sobre o procedimento nesses casos e destacou que, certas circunstâncias, essas interferências podem ser extremamente preocupantes, colocando os pilotos em situações delicadas.
Somos treinados para essas situações, então seguimos os procedimentos calmamente.
Empresas buscam solução contra os falsos sinais de GPS
Com o aumento dos incidentes, fabricantes de aeronaves e companhias aéreas, como United e American Airlines, estão colaborando com reguladores, como a Administração Federal de Aviação (FAA), para criar soluções de curto e longo prazo.
A United Airlines, por exemplo, já está revisando procedimentos para permitir que pilotos lidem com falsificações de GPS, como a reinicialização dos disjuntores da cabine.
Embora casos de falsificação de GPS tenham interrompido voos na Europa, ainda não há evidências de que essas ações colocaram qualquer aeronave em perigo imediato.
A FAA declarou que, até o momento, não encontrou provas de interferência intencional, mas continua a investigar as causas e a monitorar a situação de perto.
Os padrões de equipamentos projetados para proteger aeronaves civis contra falsificações de GPS devem ser emitidos apenas no próximo ano, segundo fontes envolvidas no processo.
Até lá, companhias aéreas e autoridades buscam medidas provisórias para garantir a segurança dos voos, minimizando os riscos relacionados a esse tipo de ataque.