Dois astronautas americanos, Barry Wilmore e Sunita Williams, estão presos na Estação Espacial Internacional (EEI) desde o início do mês devido a problemas com a espaçonave Starliner, da Boeing.
A missão, que deveria durar apenas oito dias, foi prolongada indefinidamente enquanto engenheiros da EEI trabalham para corrigir o estado da nave. Até o momento, ainda não há uma previsão clara de quando a dupla poderá retornar à Terra.
A Starliner foi lançada em 5 de junho, após duas tentativas frustradas de decolagem em 6 de maio e 1º de junho, diretamente da estação de Cape Canaveral, na Flórida. A missão já estava um ano atrasada e cerca de 1,5 bilhão de dólares acima do orçamento, enfrentando diversos problemas técnicos antes mesmo do lançamento.
Entre as falhas estavam problemas no sistema de controle de reação e vazamentos de hélio. De acordo com um porta-voz da Boeing, a maioria dessas questões havia sido resolvida e não representavam preocupações para o voo de volta.
Quatro dos cinco propulsores que não estavam funcionando já estão operando normalmente. Isso significa que apenas um dos 27 propulsores está offline, o que não interfere na missão de retorno, afirmou o porta-voz da Boeing.
Astronautas no espaço
A Boeing informou ao jornal britânico The Guardian que a equipe planeja que a volta dos astronautas aconteça após duas caminhadas espaciais marcadas para os próximos dias. A organização deve reavaliar as opções de retorno depois das operações.
A equipe não está com pressa para voltar da EEI, já que existem suprimentos suficientes no espaço, e a agenda da estação está relativamente aberta até o meio de agosto, afirmou a empresa.
A Boeing e a NASA, parceira da missão, reforçaram que os astronautas não estão presos e que as dificuldades técnicas enfrentadas não ameaçam a missão ou a equipe. Segundo a agência americana, a espaçonave precisa de sete horas de combustível para voltar à Terra, e atualmente teria hélio suficiente para 70 horas de voo.
Caso seja comprovado que a Starliner não está segura, os astronautas podem precisar voltar na Dragon, espaçonave da SpaceX, empresa de Elon Musk, que também está atracada na Estação Espacial Internacional no momento.
Este incidente se soma a uma série de crises públicas que a Boeing vem enfrentando com seus voos comerciais, levantando preocupações sobre a segurança e a confiabilidade de suas aeronaves. A empresa tem trabalhado para recuperar sua imagem e confiança do público, mas eventos como este complicam ainda mais essa tarefa.