O astronauta norte-americano Donald Pettit compartilhou uma fotografia excepcional tirada da Estação Espacial Internacional (ISS) que, segundo ele, “não pode mais ser repetida”. Capturada em 2003, a imagem revela um céu noturno repleto de estrelas, contrastando com as fotos mais comuns da ISS, que geralmente focam na Terra e seus detalhes.
Donald Pettit, natural de Silverton, Oregon, e atualmente com 69 anos, costuma compartilhar suas fotos da ISS em sua conta no Instagram, onde possui mais de 50 mil seguidores. A imagem em questão, tirada com uma câmera Nikon-Kodak 760, envolveu uma exposição de 30 segundos e ISO 400, uma técnica que permitiu captar a luz das estrelas de maneira impressionante.
A ausência de estrelas em muitas fotos espaciais pode parecer contraintuitiva, especialmente considerando que o espaço é um ambiente com pouca poluição luminosa. No entanto, capturar estrelas requer um tempo de exposição mais longo para que a luz desses corpos celestes atinja o sensor da câmera. “Devido ao constante movimento da ISS, qualquer movimento da câmera durante a exposição resulta em imagens borradas”, explicou Pettit.
Até 2006, a ISS mantinha uma posição que permitia exposições longas sem que as estrelas aparecessem como rastros luminosos. Essa configuração especial, chamada de atitude inercial solar (XPOP), permitia que os painéis solares apontassem para o sol sem a necessidade de rastreamento solar, que só foi adicionado à ISS posteriormente.
“Naquela época, a própria estação era o mecanismo de rastreamento, permitindo que uma câmera montada na ISS produzisse estrelas como pontos de alfinete”, detalhou Pettit.
Astronauta fotógrafo
A partir de 2006, a ISS passou a ajustar sua angulação, com um lado permanecendo apontado para a Terra, o que impossibilita a repetição de fotos com as mesmas condições. “Essencialmente, a estação se tornou o mecanismo de rastreamento, e para uma câmera montada na Estação Espacial, uma exposição de tempo produzia estrelas como pontos de alfinete”, escreveu Pettit.
A foto de Pettit é um testemunho das condições especiais que permitiram capturar o cosmos de uma maneira única e irrepetível. Este vislumbre raro do espaço destaca a beleza e o mistério do universo, imortalizado por uma combinação de tecnologia e circunstâncias.