Astronautas estão presos no espaço há 6 meses

Por Madelaine Silva
A Estação Espacial Internacional foi fotografada pelos membros da Expedição 56 a partir de uma espaçonave Soyuz após o desencaixe. Os astronautas da NASA Andrew Feustel e Ricky Arnold, junto com o cosmonauta da Roscosmos Oleg Artemyev, realizaram um sobrevoo ao redor do laboratório orbital para tirar fotos da estação antes de retornarem à Terra, após passarem 197 dias no espaço. A estação celebrou o 20º aniversário do lançamento de seu primeiro módulo, Zarya, em novembro de 2018. NASA/Roscosmos

Butch Wilmore e Suni Williams receberam um apelido que tristemente reflete um fato: os “encalhados” são dois astronautas presos no espaço, especificamente na Estação Espacial Internacional, há seis meses.

Lançados da Terra no dia 5 de junho, os astronautas foram os primeiros a viajar na cápsula Starliner, projetada pela Boeing. Essa viagem inaugural deveria ter uma semana de duração, a fim de testar o novo e inovador projeto.

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No entanto, um dia depois da saída da Terra, ao chegarem na ISS, a missão foi estendida pela agência espacial americana. O motivo é um dos mais surreais: a cápsula apresentou falhas em seu propulsor e, ainda, vazamento de hélio.

Por conta disso, a missão dos astronautas encalhados, Butch Wilmore e Suni Williams, se estendeu, sobretudo por ser um retorno muito perigoso e, ainda, com potencial risco às suas vidas, de acordo com comunicado da NASA.

E a jornada dos astronautas presos no espaço ainda está longe de acabar, pois o “resgate” ainda poderá demorar mais dois longos meses, podendo acabar apenas em fevereiro do próximo ano.

Não é a primeira vez que astronautas ficam presos na ISS

Em 2023 Frank Rubio, um astronauta americano, pegaria uma carona de retorno para a Terra com dois cosmonautas* russos, Sergey Prokopyev e Dmitri Petelin.

No entanto, por conta de problemas no sistema de resfriamento na cápsula que os levou à ISS, a Soyuz MS-22, o retorno de Rubio foi adiado por mais seis meses – que é o tempo que cada equipe fica a bordo da ISS.

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Enquanto a Roscosmos – a Corporação de Atividades Espaciais da Rússia – tentava resolver a situação da cápsula que levaria uma nova tripulação para substituir seus cosmonautas, Rubio teve de esperar pacientemente.

A missão de Rubio, estendida por 371 dias, fez dele o homem a ficar mais tempo no espaço. No entanto, o tempo a bordo da ISS não foi totalmente feliz. Rubio destacou que perder eventos importantes com a família ou, simplesmente, desfrutar da vida na Terra proporcionou danos psicológicos e físicos.

* Cosmonauta é a forma que a União Soviética se referia aos seus viajantes espaciais. Assim foi denominado Yuri Gagarin, o primeiro humano a fazer uma viagem espacial. Outros países também adotam formas específicas de denominar seus viajantes, como a China, que os chama de Taikonautas.

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Aficionada por tecnologia, por disrupção e por conhecer as mudanças do mundo. Redatora há quinze anos, tem formação em Filosofia e em Letras.
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