Um grupo de astrônomos voluntários, parte do projeto Backyard Worlds: Planet 9, da NASA, identificou um objeto espacial enigmático que se move a uma velocidade impressionante de 1,6 milhão de km/h e pode estar prestes a escapar da Via Láctea.
O objeto, batizado de CWISE J1249, está localizado a cerca de 400 anos-luz da Terra e foi descrito como a estrela hiperveloz mais próxima já identificada.
A descoberta, publicada no Astrophysical Journal Letters, foi liderada por Adam Burgasser, professor da Universidade da Califórnia, em conjunto com os estudantes Hunter Brooks e Austin Rothermich.
Objeto incomum desafia classificação e segue em alta velocidade
O CWISE J1249 não só surpreende pela sua velocidade extrema, mas também por sua massa, que é similar ou até menor do que a de uma pequena estrela.
Isso torna difícil sua classificação exata, podendo ser uma estrela de baixa massa ou uma anã marrom, que é um objeto intermediário entre um planeta gigante gasoso e uma estrela.
A composição do CWISE J1249 é considerada única.
Dados do Observatório W. M. Keck, no Havaí, revelam que o objeto possui menos ferro e outros metais em comparação com estrelas e anãs marrons comuns.
Essa peculiaridade sugere que o CWISE J1249 pode ser extremamente antigo, possivelmente originário das primeiras gerações de estrelas da nossa galáxia.
Os cientistas estão atualmente investigando duas hipóteses para explicar a velocidade do objeto.
A primeira sugere que ele pode ter se formado em um sistema binário, onde uma supernova resultante de uma anã branca pode ter lançado o objeto em alta velocidade.
A segunda hipótese é que ele tenha sido ejetado de um aglomerado globular após interagir com buracos negros.
Pesquisadores planejam continuar estudando a composição do objeto para determinar qual dessas teorias é a mais provável.
A descoberta do CWISE J1249 não só contribui para o entendimento das estrelas hipervelozes, mas também pode oferecer novas pistas sobre a formação e evolução das primeiras estrelas na nossa galáxia e também uma compreensão maior do nosso próprio universo.