Brasil e China assinam acordo para construção conjunta de satélite meteorológico

Por Cássio Gusson
Brasil e China assinam acordo para construção conjunta de satélite meteorológico. Foto: Dall-e

O Governo Federal anunciou nesta quinta, 06, um acordo com o governo da China para a construção conjunta de um satélite. O acordo foi assinado na Declaração Conjunta de Intenções para o desenvolvimento do satélite CBERS-5.

Segundo informou ao Tech2.News o Ministério de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, o CBERS-5 será um satélite meteorológico geoestacionário. Isso significa que ele ficará em uma órbita específica sobre a Terra, acompanhando o movimento de rotação do planeta, permitindo a observação contínua de uma região específica.

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No caso do CBERS-5, a área de foco será o Brasil, fornecendo dados para a previsão do tempo e o monitoramento de eventos climáticos extremos, como secas, tempestades, enchentes. O novo satélite será projetado para oferecer um suporte significativo na observação de processos atmosféricos de maneira mais precisa, rápida e eficiente ajudando assim na mitigação de futuros desastres naturais.

O documento foi assinado durante a VII Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN). Participaram da cerimônia o vice-presidente do Brasil Geraldo Alckmin, o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social o MCTI, Inácio Arruda, que na ocasião representou a ministra, Luciana Santos, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Clezio De Nardin além de outros representantes da Administração Espacial Nacional da China (CNSA).

Brasil e China fecham acordo para construção de satélite. Foto: Divulgação

Satélite meteorológico

entre BA COSBAN, principal instância a cooperação política entre Brasil e China é presidida atualmente pelos vice-presidentes Geraldo Alckmin e Han Zheng. O MCTI coordena três subcomissões dentro da COSBAN: de Ciência, Tecnologia e Inovação; de Indústria e Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs); e de Cooperação Espacial. O secretário Inácio Arruda foi o responsável por relatar aos presidentes da COSBAN as atividade e projetos colaborativos de desenvolvimento tecnológico realizados pelas três comissões ao longo dos dois últimos anos.

 

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Cooperação internacional – A assinatura desta Declaração Conjunta de Intenções marca a continuidade de uma cooperação bem-sucedida entre Brasil e China, que já resultou em lançamentos anteriores, como os satélites CBERS-1, CBERS-2, CBERS-2B, CBERS-4 e CBERS-4A, além do CBERS-6, atualmente em processo de demonstração.

 

O próximo passo entre o MCTI e a CNSA é a discussão de aspectos técnicos necessários para o desenvolvimento do CBERS-5. A ideia é que até novembro seja preparado um documento que detalhará qual país ficará responsável por construir qual parte do satélite.

Segundo a ministra Luciana Santos, o novo satélite representará um avanço disruptivo para a ciência, tecnologia e inovação do país. “Com o CBERS-5, o Brasil entrará num seleto grupo de países que produzem satélites geoestacionários, o que demonstra o compromisso do governo do presidente Lula com tecnologias avançadas que trarão maior autonomia e soberania ao país”, avaliou.

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A ministra também ressaltou a relevância de o Brasil passar a ter seus próprios dados meteorológicos, num contexto de aumento da frequência de desastres naturais extremos, oriundos das mudanças climáticas. “Essa também é uma iniciativa do governo federal para responder, do ponto de vista da ciência e tecnologia, ao que estamos vendo hoje no Rio Grande do Sul e outras calamidades que poderão acontecer nos próximos anos. Termos dados meteorológicos em tempo real, nos dará maior capacidade de prevenir, monitorar e reduzir os impactos de enchentes e deslizamentos que tiram vidas e destroem cidades inteiras”, complementou a ministra.

 

O secretário Inácio Arruda também ressaltou a relevância da cooperação em alta tecnologia com países do Sul Global. “A assinatura desta Declaração Conjunta entre Brasil e China não apenas aprofunda a parceria bilateral, mas também traz benefícios sociais concretos às nossas populações em áreas como saúde, energias renováveis, planejamento urbano e agricultura, além de grande impulso à previsão numérica do tempo e a previsão de curtíssimo prazo para eventos atmosféricos iminentes, incluindo os eventos extremos”.

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Segundo o diretor do INPE, Clezio De Nardin, o desenvolvimento do CBERS-5 representa um avanço significativo para a meteorologia e a observação climática, oferecendo benefícios tangíveis, tanto para o Brasil quanto para os países da região e a comunidade global. “Nossa ideia é compartilhar os dados meteorológicos que vamos gerar com os parceiros chineses a todos os demais países interessados, com atenção especial à América Latina e ao Caribe. Podemos capitanear a partir do nosso novo satélite um centro latino-americano de previsões climáticas”, concluiu o diretor.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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