Calor insuportável: Temperatura da Terra vai aumentar 25 graus, revela cientista

Por Cássio Gusson
Temperatura da Terra pode aumentar até 25 graus. Foto: Dall-e

A Terra pode estar à beira de um aquecimento catastrófico, com temperaturas globais que podem subir até 25 graus Celsius, segundo uma nova pesquisa científica. Este aumento drástico é muito maior do que as estimativas atuais do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e pode representar um grave risco para o futuro do planeta.

A revelação vem de uma análise de sedimentos do Oceano Pacífico, realizada por uma equipe de pesquisadores das universidades de Utrecht, Bristol e do Instituto Real de Pesquisa Marinha dos Países Baixos (NIOZ).

O estudo, publicado recentemente na renomada revista *Nature Communications*, sugere que a duplicação dos níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera poderia aumentar a temperatura média da Terra entre 7 e 14 graus Celsius (13 a 25,2 graus Fahrenheit). Este intervalo excede significativamente a previsão do IPCC, que estima um aumento de 2,3 a 4,5 graus Celsius.

A pesquisa se baseou em um núcleo de perfuração de 45 anos extraído do fundo do Oceano Pacífico, próximo à Califórnia. De acordo com o professor Jaap Sinninghe Damsté, do NIOZ e da Universidade de Utrecht, essa amostra é excepcionalmente valiosa devido às condições sem oxigênio no fundo do oceano, que preservaram uma quantidade significativa de carbono orgânico ao longo de milhões de anos.

A análise deste núcleo permitiu aos cientistas reconstruir a temperatura do oceano e os níveis de CO2 atmosférico dos últimos 18 milhões de anos.

Terra do ‘fogo’

Uma das principais descobertas do estudo é que a relação entre o CO2 atmosférico e a temperatura da Terra é mais forte do que se pensava anteriormente. Usando a técnica TEX86, os pesquisadores determinaram que a temperatura média da Terra há 15 milhões de anos era de cerca de 18 graus Celsius, aproximadamente 4 graus Celsius mais quente do que hoje.

Este valor é comparável às previsões mais extremas do IPCC para o ano 2100, indicando que, sem medidas drásticas para reduzir as emissões de CO2, o planeta pode enfrentar um aquecimento muito mais severo do que o esperado.

O estudo também introduziu uma nova abordagem para medir os níveis históricos de CO2, utilizando a composição química de substâncias encontradas em algas. Esta metodologia inovadora reforça a ligação entre a concentração de CO2 e o aumento da temperatura, sugerindo que a comunidade científica pode estar subestimando o impacto do CO2 no aquecimento global.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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