China faz história e revela as primeiras amostras do lado escuro da Lua

Por Cássio Gusson
China faz história e revela as primeiras amostras do lado escuro da Lua. Foto: Dall-e

Em um evento histórico, a China apresentou as primeiras amostras coletadas do lado escuro da Lua, marcando um marco significativo na exploração espacial. A cerimônia ocorreu na Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), onde os pesquisadores abriram a cápsula de retorno para examinar indicadores técnicos chave.

Segundo a emissora estatal CCTV, a cápsula continha um recipiente com até 2 quilogramas de material lunar. As amostras foram coletadas pela missão Chang’e 6, que pousou com sucesso na Lua em 1º de junho de 2024.

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O material foi cuidadosamente armazenado em um contêiner dentro do ascensor da sonda e transferido para uma cápsula de reentrada na órbita da Terra. A sonda pousou de volta na Terra no dia 25 de junho, trazendo consigo as preciosas amostras.

A próxima etapa envolve o armazenamento, análise e distribuição das amostras em instalações especializadas. Seguindo o precedente estabelecido pela missão Chang’e 5 em 2020, os materiais lunares serão classificados e disponibilizados para aplicações de pesquisa por cientistas e instituições em toda a China.

Após dois anos, pesquisadores internacionais poderão solicitar acesso a essas amostras. Notavelmente, no final do ano passado, pesquisadores financiados pela NASA receberam autorização especial para solicitar amostras lunares.

China

A missão Chang’e 6 pousou na Bacia Polo Sul-Aitken, uma cratera de impacto que existe há mais de quatro bilhões de anos, com 13 quilômetros de profundidade e 2,5 mil quilômetros de diâmetro. Coletar amostras dessa região é crucial, pois oferece uma oportunidade única de estudar a história geológica da Lua e, potencialmente, do Sistema Solar.

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Missões no lado oculto da Lua apresentam desafios significativos, incluindo a necessidade de satélites retransmissores para manter as comunicações e o terreno acidentado que dificulta os pousos. A imagem capturada pelo minirrover da missão, Jinchan, revelou a paisagem misteriosa e inexplorada do lado escuro da Lua.

A apresentação das amostras representa um avanço notável para o programa espacial chinês, demonstrando a capacidade da China em realizar missões complexas e obter resultados significativos. A colaboração internacional também é um aspecto crucial dessa conquista, com a possibilidade de pesquisadores de todo o mundo terem acesso a essas amostras raras para estudos científicos.

A coleta e análise dessas amostras abrem novas possibilidades para a ciência lunar e a exploração espacial. Estudos detalhados do material lunar poderão revelar informações valiosas sobre a formação e evolução da Lua, além de fornecer insights sobre a história do Sistema Solar. A missão Chang’e 6 é um passo importante para futuras missões de exploração lunar, incluindo planos de estabelecer uma presença humana sustentável na Lua.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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