- Chine revela missões espaciais para os próximos anos.
- Missão Tianwen-3 trará amostras de Marte em 2028.
- Exploração de Júpiter e Calisto está marcada para 2029 e Tritão em 2039.
A China apresentou um dos cronogramas espaciais mais ambiciosos da atualidade. O Deep Space Exploration Laboratory, criado há três anos, revelou planos de longo prazo para missões interplanetárias que incluem Marte, Júpiter, Vênus e até Tritão, lua de Netuno. O laboratório surgiu de uma parceria entre a agência espacial chinesa e a University of Science and Technology of China, e fica localizado a poucos quilômetros de Xangai.
Segundo o jornalista Andrew Jones, que acompanha o programa espacial chinês, entre as missões previstas, destacam-se a Tianwen-3 e 4. A primeira coletará amostras de Marte em 2028, e a outra planeja explorar Júpiter e sua lua Calisto em 2029.
Outras missões miram a criação de habitats artificiais, retorno de amostras da atmosfera de Vênus e instalação de uma estação autônoma em Marte. O envio de um veículo para perfurar o gelo de Tritão até seu oceano subterrâneo também está previsto para 2038.
China busca vantagem contra EUA
Esses planos refletem não só ambição, mas também confiança. A China já demonstrou avanços significativos com sua missão Tianwen-1, que conseguiu pousar um rover em Marte em 2020 — feito alcançado anteriormente apenas pelos Estados Unidos.
Apesar de ousados, nem todos os projetos foram oficialmente aprovados. Muitos ainda dependem de recursos financeiros robustos e decisões políticas. A proposta de atingir o oceano sob a crosta de Tritão, por exemplo, é tecnicamente arriscada, dada a incerteza sobre a espessura da camada de gelo.
Ainda assim, a consistência dos resultados anteriores reforça a posição da China como novo protagonista na corrida espacial. O programa de exploração lunar iniciado em 2007 e o sucesso do retorno de amostras do lado oculto da Lua em 2024 demonstram a seriedade do país em expandir seu alcance no espaço.
Em contraste, a NASA enfrenta cortes orçamentários que podem prejudicar sua liderança histórica. Embora o Congresso dos EUA deva barrar reduções mais severas, há sinais de alerta sobre a sustentabilidade dos programas espaciais americanos.