Asteroides representam uma ameaça real ao nosso planeta, capaz de causar devastação em um instante, como o ocorrido há 65 milhões de anos, quando um asteroide de 10 km de diâmetro extinguiu cerca de 75% da vida na Terra, incluindo os dinossauros.
Agora, cientistas do Sandia National Laboratories, nos Estados Unidos, podem ter desenvolvido uma solução inovadora para desviar asteroides antes que eles colidam com o nosso planeta.
Utilizando explosões de raios X como arma para desviar asteroides, os pesquisadores do laboratório conseguiram demonstrar, em uma prova de conceito, que esse método pode ser eficaz, rápido e mais econômico do que as abordagens existentes. O processo envolve a detonação de uma explosão nuclear perto de um asteroide, o que aquece sua superfície e gera jatos de vapor que alteram sua trajetória.
Nova Abordagem Científica
O desenvolvimento dessa tecnologia foi inspirado pela missão Double Asteroid Redirection Test (DART), da NASA, que em 2022 conseguiu alterar a órbita de um asteroide ao colidir uma espaçonave contra ele. Embora a missão DART tenha sido um sucesso, a nova abordagem proposta pela equipe do Sandia promete ser mais prática, especialmente em cenários onde o tempo é curto.
Os cientistas simularam o desvio de asteroides em laboratório, usando amostras de quartzo e sílica fundida. A máquina Z, uma das ferramentas mais avançadas do laboratório, foi utilizada para gerar pulsos de raios X que atingiram as amostras. Os resultados foram impressionantes: as amostras “levitaram” e foram ejetadas a uma velocidade de até 70,3 metros por segundo, confirmando que a explosão nuclear foi capaz de modificar a trajetória dos alvos.
Implicações para o Futuro
A equipe agora está expandindo os testes para simular o efeito em asteroides de diferentes composições e tamanhos. Segundo os pesquisadores, essa técnica poderia ser aplicada a rochas espaciais de até 4 km de diâmetro, tamanho suficiente para causar destruição em escala global. Embora a ameaça de um grande impacto seja rara, eventos menores, como o meteoro que explodiu sobre Chelyabinsk, na Rússia, em 2013, podem causar sérios danos. O impacto de Chelyabinsk, com apenas 20 metros de diâmetro, feriu 1.500 pessoas e danificou milhares de edifícios.
Com essa nova arma em nosso arsenal, a humanidade dá um passo importante para a defesa planetária. A capacidade de desviar asteroides pode, em última instância, salvar vidas e evitar catástrofes globais, garantindo um futuro mais seguro para a Terra.
A pesquisa continua, e os cientistas planejam explorar a eficácia do método em diferentes tipos de materiais que compõem os asteroides, como minerais porosos e arenosos. Com mais avanços, a ideia é integrar essa tecnologia ao arsenal de defesa planetária, proporcionando uma resposta rápida e eficaz contra ameaças vindas do espaço.