- Planeta Marte pode ser habitável em poucos séculos.
- Espelhos solares e biologia sintética são chave do projeto.
- Pesquisa em Marte pode ajudar o meio ambiente da Terra.
Marte voltou a ocupar o centro das atenções científicas. Pesquisadores agora afirmam que terraformar o planeta vermelho pode se tornar viável nas próximas décadas. A ideia já não parece mais ficção científica.
Avanços recentes em modelagem climática, biologia sintética e transporte espacial mudaram o cenário. Cientistas propõem transformar Marte em um ambiente semelhante ao da Terra. E, surpreendentemente, esse plano já começou a sair do papel.
Atualmente, Marte é seco, frio e hostil. Ainda assim, evidências geológicas mostram que, no passado, rios fluíam por sua superfície. Agora, especialistas acreditam que podem recriar essas condições perdidas, iniciando um processo de transformação planetária.
A proposta envolve três etapas. Primeiro, aquecimento global controlado em Marte. Em seguida, introdução de microrganismos resistentes para iniciar uma ecologia marciana. Por fim, geração de oxigênio suficiente para sustentar humanos fora de abrigos pressurizados.

Tecnologia moderna impulsiona nova fase no planeta Marte
De acordo com o estudo liderado por Erika Alden DeBenedictis, publicado na Nature Astronomy, três avanços tornaram o plano mais factível. O primeiro é a melhoria dos modelos climáticos, que permite simular como Marte reagiria a mudanças de temperatura.
O segundo avanço está na biologia sintética. Cientistas agora conseguem programar organismos capazes de sobreviver a ambientes extremos, como os encontrados em Marte. Essas criaturas poderiam dar início a um ciclo de vida marciano.
Por fim, o terceiro fator é o avanço no transporte espacial. Com o Starship da SpaceX, o custo de envio de materiais ao planeta caiu drasticamente. Isso permite missões mais frequentes, com maior volume de carga.
Pesquisadores propõem usar espelhos solares, aerossóis refletivos e materiais como aerogel para reter calor na atmosfera marciana. O objetivo é aumentar a temperatura média em 30 °C, o suficiente para derreter gelo e criar água líquida.
Com água disponível, bactérias e fungos geneticamente modificados podem iniciar a produção de oxigênio. Esse processo levará séculos, mas pode abrir caminho para colonização em larga escala, com cidades e plantações no solo marciano.
Experimento espacial pode salvar a Terra
Embora o foco esteja em Marte, o projeto tem aplicações na Terra. Técnicas desenvolvidas para terraformar outro planeta podem ajudar a enfrentar mudanças climáticas aqui. Cultivos resistentes à seca, melhor uso da água e simulações ambientais são apenas alguns dos benefícios.
Esse plano audacioso desperta debates éticos. Existe vida em Marte? Podemos intervir sem destruir o que já existe? Os cientistas pedem cautela, mas insistem que o conhecimento obtido será valioso, seja qual for o destino final do planeta.