Um ano após a trágica implosão do submarino Titan, que levava cinco bilionários em uma expedição aos destroços do Titanic, Guillermo Söhnlein, cofundador da OceanGate, surge com uma proposta ambiciosa: enviar humanos para Vênus em segurança. Em média, a distância entre a Terra e Vênus é de aproximadamente 41 milhões de quilômetros.
Em uma publicação em seu blog, Söhnlein detalha como pretende superar os desafios extremos de Vênus, que incluem uma atmosfera repleta de dióxido de carbono e nuvens de ácido sulfúrico. Segundo ele, esses obstáculos podem ser contornados com o uso de equipamentos de respiração específicos e materiais resistentes a ácidos.
“Os humanos não podem sobreviver sem água, por isso teremos de desenvolver a capacidade de criá-la a partir dos elementos disponíveis. Felizmente, é teoricamente possível extrair água líquida do ácido sulfúrico encontrado nas nuvens venusianas”, afirmou o empresário.
Söhnlein, que deixou a OceanGate há dez anos, também menciona que a alta temperatura da superfície de Vênus, que chega a cerca de 464 graus Celsius, não seria um problema se os viajantes construíssem habitações a 50 km de altura.
Nessa altitude, as condições seriam semelhantes às da Terra, tornando a exploração viável. Ele destaca que Vênus tem sido pouco estudada e explorada nos últimos anos, com a maioria dos esforços concentrados na Lua e em Marte.
“A realidade é que Vênus está muito mais próximo da Terra e tem uma órbita muito mais semelhante, o que o torna muito mais acessível do que Marte”, argumenta Söhnlein. Ele acredita que uma missão a Vênus seria não apenas mais acessível, mas também mais barata em comparação com uma viagem a Marte.
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Vênus
Embora a distância média entre a Terra e Vênus seja 41 milhões de quilômetros, ela pode variar de cerca de 38 milhões de quilômetros, quando Vênus está mais próxima (conjunção inferior), até cerca de 261 milhões de quilômetros, quando está mais distante (conjunção superior).
O tempo necessário para uma viagem até Vênus depende da velocidade da espaçonave e da trajetória escolhida. Em missões espaciais, o tempo de viagem pode ser estimado com base nas velocidades e tecnologias atuais.
As missões não tripuladas enviadas a Vênus, como as sondas espaciais, geralmente levam de 3 a 4 meses para chegar ao planeta. Por exemplo, a Mariner 2 (1962), levou cerca de 110 dias para alcançar Vênus e a Pioneer Venus Orbiter (1978), levou aproximadamente 123 dias.
No entanto, com a tecnologia atual, como propulsão química, o tempo de viagem é limitado. Avanços em tecnologias de propulsão, como propulsão iônica ou nuclear, podem reduzir significativamente o tempo de viagem.
As janelas de lançamento ideais ocorrem aproximadamente a cada 19 meses, quando a Terra e Vênus estão alinhados de forma a minimizar a distância e o tempo de viagem e, nesse caso, a trajetória mais eficiente em termos de combustível, conhecida como transferência de Hohmann, é frequentemente utilizada para missões interplanetárias.
A OceanGate ganhou notoriedade mundial após a tragédia com o submarino Titan. Em 22 de junho de 2023, a Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou a morte dos cinco ocupantes do submarino, que desapareceu no Atlântico. Em uma coletiva de imprensa, o contra-almirante John Mauger afirmou que o submarino foi destruído em uma “implosão catastrófica”.