Cientistas recentemente detectaram sinais de rádio misteriosos vindos do espaço, despertando grande interesse e curiosidade na comunidade científica. Segundo um artigo publicado na renomada revista Nature, uma fonte desconhecida tem emitido pulsos de rádio com diferentes níveis de brilho, e os pesquisadores estão investigando a possível origem desses sinais.
De acordo com os especialistas, há uma forte possibilidade de que esses sinais sejam provenientes de uma estrela de nêutrons. No entanto, outras explicações também estão sendo consideradas.
“Acreditamos que a maioria dos sinais transientes de rádio vem de estrelas de nêutrons em rotação conhecidas como pulsares, que emitem flashes regulares de ondas de rádio, como faróis cósmicos. Normalmente, essas estrelas de nêutrons giram em velocidades incríveis, levando apenas alguns segundos ou até mesmo uma fração de segundo para completar cada rotação”, afirma Emil Lenc, um dos pesquisadores envolvidos no estudo.
Estraterrestres
O que torna esses sinais particularmente intrigantes é o fato de que, além de apresentarem um ciclo de quase uma hora de duração – o mais longo já observado –, eles também exibem uma variedade de características incomuns. No entanto, embora tenham surgido muitas especulações sobre os sinais serem de seres estraterrestres, os cientistas ainda não levantaram esta hipótese.
“O sinal emitia flashes longos e brilhantes, pulsos rápidos e fracos, e, às vezes, não emitia nada durante várias observações. Não conseguimos explicar o que está acontecendo aqui. O mais provável é que seja uma estrela de nêutrons muito incomum, mas não podemos descartar outras possibilidades”, explica Lenc.
Outro aspecto fascinante dos sinais é que eles são “circularmente polarizados”, o que significa que a direção das ondas gira como um saca-rolhas à medida que o sinal viaja pelo espaço – um fenômeno raro na astronomia. Isso aumentou ainda mais o interesse dos cientistas, que continuam a estudar esses pulsos enigmáticos para desvendar sua verdadeira natureza.
“A origem de um sinal com um período tão longo permanece um profundo mistério, sendo uma estrela de nêutrons de rotação lenta a principal suspeita. No entanto, não podemos descartar a possibilidade de o objeto ser uma anã branca – as ‘cinzas’ do tamanho da Terra de uma estrela como o Sol que esgotou seu combustível nuclear”, ressalta Lenc.