A busca por vida extraterrestre deu um passo significativo à frente. Pesquisadores da NASA descobriram que aminoácidos, potenciais indicadores de vida, podem sobreviver perto da superfície das luas Europa e Encélado, orbitando Júpiter e Saturno, respectivamente. Essa descoberta pode revolucionar a maneira como futuras missões espaciais são planejadas.
Europa, uma das luas de Júpiter, e Encélado, uma lua de Saturno, têm intrigado cientistas por décadas devido à presença de oceanos sob suas crostas geladas. Experimentos da NASA indicam que, se esses oceanos abrigam vida, as moléculas orgânicas, como aminoácidos, podem sobreviver logo abaixo do gelo da superfície. Mesmo com a intensa radiação, esses compostos essenciais poderiam ser acessíveis a sondas robóticas futuras sem a necessidade de perfurações profundas.
“Com base em nossos experimentos, a profundidade segura para a amostragem de aminoácidos em Europa é de quase 20 centímetros em altas latitudes do hemisfério posterior, onde a superfície não foi muito perturbada por impactos de meteoritos. Em Encélado, essas moléculas poderiam sobreviver a apenas alguns milímetros abaixo da superfície, tornando a detecção mais fácil” explica Alexander Pavlov, do Goddard Space Flight Center da NASA.
Os cientistas usaram aminoácidos em experimentos de radiólise para simular as condições extremas dessas luas. Eles misturaram amostras de aminoácidos com gelo resfriado a cerca de -196 Celsius e as bombardearam com raios gama. Esses testes mostraram que os aminoácidos podem suportar essas condições severas, especialmente quando incorporados em material biológico ou misturados com poeira.
NASA
As implicações dessas descobertas são vastas. A confirmação de que aminoácidos podem sobreviver próximo à superfície de Europa e Encélado significa que futuras missões de pouso poderiam procurar por sinais de vida sem perfurações extensas. Isso simplifica significativamente as missões de detecção de vida, reduzindo custos e aumentando a viabilidade das missões.
Encélado é particularmente interessante devido às suas plumas de água, gelo e vapor que borrifam do polo sul, proporcionando acesso direto ao oceano subterrâneo. Essas plumas poderiam transportar aminoácidos e outros compostos orgânicos para a superfície, onde sondas poderiam coletar amostras.