Planeta Mercúrio pode ser recoberto por camada gigante de diamantes, dizem cientistas

Por Luciano Rodrigues
Planeta Mercúrio pode ser recoberto por camada gigante de diamantes, dizem cientistas - Imagem: Dall-E

Mercúrio, menor planeta do sistema solar, pode estar escondendo um grande segredo. Uma nova pesquisa sugere que uma camada de diamante sob a crosta pode ter até 18 km de espessura.

Cientistas da China e da Bélgica usaram dados coletados pela sonda espacial MESSENGER da NASA, que esteve em órbita de Mercúrio entre 2004 e 2015, para formular suas teorias sobre a estrutura interna do planeta.

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Segundo a pesquisa, publicada em 14 de junho, dois processos distintos podem ter resultado na formação desta camada de diamante.

O primeiro processo é a cristalização de um oceano de magma, que provavelmente contribuiu para formar apenas uma camada muito fina de diamante na interface entre o núcleo e o manto de Mercúrio.

O segundo, e mais importante, é a cristalização do núcleo metálico do planeta.

Olivier Namur, membro da equipe de pesquisa e professor associado da KU Leuven, explica:

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“Quando o planeta foi formado, há cerca de 4,5 bilhões de anos, o núcleo metálico era inteiramente líquido e se cristalizou progressivamente ao longo do tempo.”

A pesquisa sugere que, sob pressão extrema, o carbono presente no manto de Mercúrio se transformou em diamante, que teria então flutuado até o topo do núcleo, criando uma camada entre ele e o manto.

Para testar essa teoria, os cientistas usaram uma prensa de grande volume para replicar as pressões e temperaturas existentes no interior de Mercúrio.

O material silicato de magnésio sintético foi colocado sob sete gigapascais (uma unidade de pressão) e aquecido a 2.177 °C para demonstrar como os minerais teriam mudado durante a formação do planeta e simular a formação de diamantes nessas condições.

Terra também pode ter quantidades razoáveis de diamante

Namur afirmou que os resultados podem apontar diferenças significativas entre a formação de Mercúrio e de outros planetas, incluindo a Terra e Marte.

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Isso abre novas perspectivas sobre como os planetas do sistema solar se desenvolveram e quais processos geológicos podem ter ocorrido em suas histórias.

Enquanto a Terra também pode abrigar grandes quantidades de diamantes enterrados a profundidades inexploradas, a descoberta em Mercúrio oferece uma nova visão sobre a geologia planetária e a formação de minerais preciosos em condições extremas.

Acredita-se que os diamantes na Terra estejam enterrados a mais de 160 km abaixo da superfície, muito mais fundo do que qualquer perfuração humana já alcançou.

Essa pesquisa não só destaca a complexidade e a diversidade dos processos geológicos planetários, mas também abre caminho para futuras missões de exploração espacial que possam confirmar essas descobertas e aprofundar nosso entendimento sobre os planetas rochosos do nosso sistema solar.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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