A startup aeroespacial Dawn Aerospace alcançou um marco significativo em seu ambicioso projeto de desenvolver um avião espacial altamente reutilizável. Em seu mais recente voo de teste, realizado como parte da Campanha 2-2, a aeronave não tripulada Mk-II, movida a foguete, atingiu velocidades transônicas de Mach 0,92, o que equivale a impressionantes 1.137 km/h.
Além disso, o veículo chegou a uma altitude de 50.000 pés, ou aproximadamente 15.240 metros, adentrando a estratosfera terrestre. Esses resultados representam um avanço de três a cinco vezes em relação aos desempenhos anteriores da aeronave, de acordo com a própria empresa.
A Dawn Aerospace é uma das várias empresas que estão na vanguarda de uma nova era na aviação, onde o objetivo não é apenas melhorar o transporte aéreo convencional, mas também explorar a possibilidade de voos comerciais supersônicos, hipersônicos e até mesmo lançar pequenos satélites em órbita baixa da Terra.
Contudo, o que diferencia a Dawn Aerospace de outros projetos é sua abordagem incremental, inspirada no programa X-15 da NASA dos anos 1950 e 1960. A empresa começou com uma aeronave relativamente convencional, que decola e pousa em pistas comuns, e vem aprimorando seu desempenho a cada nova campanha de desenvolvimento.
Avião superpotente
O sucesso da Campanha 2-2 abre caminho para a próxima fase do projeto, a Campanha 2-3, prevista para começar em setembro. Nesta etapa, a Dawn Aerospace pretende superar a barreira do som, tornando sua aeronave Mk-IIA a primeira de sua categoria a voar em velocidades supersônicas. A empresa também planeja realizar os primeiros voos hipersônicos com o modelo Mk-IIB, que terá 10% mais empuxo e 30% mais impulso total em comparação às versões anteriores.
O CEO da Dawn Aerospace, Stefan Powell, expressou otimismo quanto ao futuro do projeto.
“Estamos vendo uma forte tração comercial em ambos os fluxos em uma ampla gama de usuários. Espero que estejamos voando as primeiras cargas úteis para altitudes moderadas no Mk-IIA antes do final deste ano, e muitas mais com o Mk-IIB em 2025 e 2026,” afirmou Powell.
O avanço comercial é visto como um fator crucial para as próximas decisões de desenvolvimento da aeronave, que busca combinar a previsibilidade de um avião com o desempenho de um foguete.