Astrônomos revelaram a descoberta de um túnel interestelar que conecta o Sistema Solar à constelação do Centauro. Essa estrutura, composta por cavidades de poeira e plasma quente, surpreendeu a comunidade científica ao sugerir a existência de uma rede mais ampla e “mais limpa” do que os pesquisadores imaginavam.
A equipe responsável pelo estudo utilizou o telescópio espacial eRosita, que desde 2020 mapeia o céu em raios X, para identificar a estrutura batizada de “Túnel Centauro”.
Os dados indicaram que o túnel apresenta uma baixa densidade de poeira interestelar e se destaca pela alta temperatura do plasma em seu interior. Segundo Michael Freyberg, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, essa descoberta só foi possível graças à sensibilidade avançada do eRosita, que superou as capacidades de telescópios anteriores.
A análise reforça a teoria de uma rede galáctica sustentada por retroalimentação estelar, hipótese levantada nos anos 1970, mas ainda pouco compreendida.
Túnel interestelar
O Sistema Solar habita uma região conhecida como Bolha Quente Local, uma área de baixa densidade preenchida por gás quente com temperaturas de milhões de graus. Essa bolha, com cerca de mil anos-luz de extensão, emite predominantemente raios X.
Os novos dados do eRosita revelaram um gradiente de temperatura significativo na bolha: o hemisfério sul apresenta calor superior ao hemisfério norte, possivelmente resultado de antigas explosões de supernovas.
Além disso, a Bolha Quente Local quase não contém poeira interestelar, uma característica que intriga os cientistas. O plasma parece deslocar materiais neutros, criando um ambiente “limpo” que facilita a detecção de estruturas como o Túnel Centauro.
O Sol, que entrou nessa bolha há poucos milhões de anos, ocupa uma posição central curiosamente coincidente, considerando o movimento contínuo pela Via Láctea.
Os pesquisadores acreditam que o Túnel Centauro representa apenas uma peça de uma rede maior, conectando regiões do meio interestelar. Essa descoberta, além de expandir o conhecimento sobre a estrutura do cosmos, abre portas para novas hipóteses sobre como estrelas e galáxias interagem em escalas colossais. O trabalho continua, e o eRosita promete revelar ainda mais sobre as complexas dinâmicas do universo.