Viagem ao espaço rejuvenesce DNA de turistas, mas volta a Terra torna ele ‘mais velho’

Por Cássio Gusson
Viagem ao espaço faz turistas rejuvenescerem seu DNA. Foto: DAll-e

Em um desenvolvimento surpreendente, os membros da missão Inspiration4, que levou quatro turistas ao espaço em 2021, retornaram à Terra com alterações genéticas que indicam um rejuvenescimento temporário de seu DNA. Este achado foi descoberto por pesquisadores da Escola de Medicina Weill Cornell, nos Estados Unidos, e outras instituições.

A tripulação da Inspiration4 passou três dias no espaço, período durante o qual Hayley Arceneaux, diretora médica e médica-assistente da missão, coletou amostras de sangue e pele dela mesma e dos outros membros da missão.

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As análises realizadas logo após o retorno à Terra e repetidas alguns meses depois mostraram efeitos profundos do ambiente espacial no corpo humano. Os telômeros, estruturas que protegem os cromossomos e cuja deterioração está associada ao envelhecimento, se alongaram no espaço, indicando um DNA mais jovem e saudável.

Este fenômeno de alongamento dos telômeros não é completamente novo. Um estudo anterior com o astronauta da NASA Scott Kelly, que passou um ano em órbita, revelou efeitos semelhantes.

Chris Mason, professor que liderou dois dos novos estudos, afirmou: “Eles ficaram no espaço apenas por alguns dias, mas já pudemos ver as primeiras assinaturas da exposição do corpo ao voo espacial, incluindo alterações nas proteínas e na expressão gênica”.

DNA mais jovem

No entanto, os benefícios genéticos do espaço foram temporários. Após o retorno à Terra, os telômeros da tripulação encolheram quase imediatamente, ficando menores do que antes do voo. Os cientistas ainda não compreendem totalmente o que causa esse encolhimento rápido, mas esperam desenvolver formas de controlar essa resposta no futuro.

Além das mudanças nos telômeros, os tripulantes da Inspiration4 também enfrentaram perda muscular e óssea, bem como aumento do estresse cerebral, sintomas comuns entre astronautas que passam longos períodos no espaço. Esses sinais de envelhecimento voltaram aos níveis normais após seis meses.

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Os pesquisadores esperam que esses dados contribuam para a seleção de indivíduos geneticamente mais preparados para viagens espaciais e ajudem a encontrar maneiras de minimizar os impactos negativos em tripulantes menos favorecidos geneticamente.

“Queremos usar esses dados para prever como as pessoas vão reagir ao espaço em nível fisiológico e molecular”, disse Mason. “Eventualmente, gostaríamos de encontrar maneiras de aumentar a resposta, direcionar algumas das mudanças com algum medicamento e ajudá-las, para que não deixemos ninguém excluído de ir ao espaço.”

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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