Viajar mais rápido que a luz: pesquisas com propulsores de dobra espacial avançam na Inglaterra

Por Cássio Gusson
Viajar mais rápido que a luz pode ocorrer em breve. Foto: Dall-e

Em um avanço significativo para a exploração espacial, pesquisadores da Inglaterra estão investigando a possibilidade de viagens mais rápidas que a luz através do conceito de propulsores de dobra espacial. Essa tecnologia, que parece saída de um filme de ficção científica, baseia-se nos princípios da Relatividade Geral de Einstein e poderia revolucionar a forma como exploramos o cosmos.

O propulsor de dobra, ou warp drive, é uma ideia que há muito tempo fascina tanto cientistas quanto entusiastas de ficção científica. A premissa é simples: ao invés de mover a nave espacial através do espaço, a tecnologia de dobra espacial comprime o espaço-tempo à frente da nave e expande-o atrás, permitindo que ela ultrapasse a velocidade da luz sem violar as leis da física.

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Embora o conceito seja teoricamente sólido, muitos desafios práticos impedem sua realização. A construção de um propulsor de dobra requer um tipo exótico de matéria com energia negativa, algo que ainda não foi demonstrado experimentalmente. Além disso, controlar e desativar a bolha de dobra apresenta dificuldades significativas.

No entanto, um novo estudo realizado em colaboração entre a Queen Mary University of London, a University of Potsdam, o Max Planck Institute for Gravitational Physics e a Cardiff University, deu um passo importante ao simular as ondas gravitacionais que um propulsor de dobra emitiria se ocorresse uma falha de contenção.

Viajar mais rápido que a luz

A pesquisa, liderada pela Dra. Katy Clough da Queen Mary University of London, utilizou simulações numéricas para explorar as consequências teóricas de uma falha no propulsor de dobra. Os resultados mostraram que o colapso de um warp drive geraria uma explosão distinta de ondas gravitacionais, que são ondulações no espaço-tempo.

Essas ondas, diferentes dos sinais gerados por fusões de buracos negros e estrelas de nêutrons, seriam explosões curtas e de alta frequência. Embora os detectores atuais não consigam captar esses sinais, futuros instrumentos com frequência mais alta poderiam, abrindo a possibilidade de procurar evidências dessa tecnologia.

O Prof. Tim Dietrich da Universidade de Potsdam destacou a importância do estudo na modelagem precisa de dinâmicas de espaços-tempos de energia negativa. Esse trabalho não apenas avança nossa compreensão teórica, mas também pode ter implicações para entender melhor a evolução do universo e os processos no centro dos buracos negros.

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Embora a realização prática de viagens mais rápidas que a luz ainda esteja distante, essa pesquisa representa um avanço significativo. Os pesquisadores planejam continuar investigando como diferentes modelos de propulsão de dobra afetam as ondas gravitacionais, o que pode nos aproximar de entender, e eventualmente realizar, viagens interestelares mais rápidas que a luz.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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