O aquecimento global tem intensificado o derretimento do gelo na Groenlândia, levando à perda impressionante de 610 gigatoneladas de gelo em apenas um ano. Esse volume equivale a aproximadamente 244 milhões de piscinas olímpicas e representa uma ameaça crescente ao clima global e regional.
A taxa de derretimento na Groenlândia tem dobrado desde meados do século XX, conforme revela uma pesquisa liderada pela Universidade de Barcelona.
Os estudos mostram que o derretimento acelerado na Groenlândia resulta em sérios riscos, especialmente para o Ártico e o clima global. O aumento do nível do mar e as alterações nos padrões climáticos são apenas alguns dos efeitos alarmantes já observados.
A pesquisa, publicada no Journal of Climate pela American Meteorological Society, destaca que os verões das últimas décadas têm registrado episódios extremos de derretimento. Durante o verão de 2012, por exemplo, 610 gigatoneladas de gelo foram perdidas, e em 2019, outras 560 gigatoneladas, evidenciando uma tendência preocupante.
Gelo derretendo na Groenlândia
A pesquisa liderada por Josep Bonsoms e Marc Oliva, do grupo Antarctica, Arctic, and Alpine (ANTALP), analisou dados de derretimento desde 1950. Os resultados são claros: a Groenlândia está perdendo gelo a uma taxa média de 300 gigatoneladas por ano desde 1980.
Esse fenômeno é impulsionado por episódios de calor extremo causados por massas de ar anticiclônicas, que ficam estagnadas sobre a Groenlândia, aumentando a radiação solar e acelerando o derretimento.
Além de afetar diretamente o aumento do nível do mar, o derretimento do gelo da Groenlândia está impactando os padrões atmosféricos da Europa e de outras regiões. As mudanças nos padrões de temperatura e precipitação são exemplos de como o aquecimento global influencia diretamente a vida no planeta.
Os pesquisadores alertam que, nas próximas décadas, essas mudanças podem aumentar a frequência de eventos climáticos extremos, como inundações e ondas de calor, principalmente no Atlântico Norte.
O estudo conclui que, sem ações urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, os efeitos do aquecimento global continuarão a intensificar o derretimento na Groenlândia e seus impactos globais.