A prática de atividade física regular é essencial para a prevenção de doenças e a melhoria da qualidade de vida. Academias, nesse contexto, desempenham um papel crucial ao proporcionar um espaço adequado para a prática de exercícios.
No entanto, um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) revelou um cenário preocupante: os equipamentos de academias apresentam alto risco de contaminação por bactérias.
O estudo analisou equipamentos em academias públicas e privadas e constatou que quase todos os aparelhos estavam contaminados. Os métodos de teste incluíram inspeção visual, fluorescência e análise de resíduos de proteína, todos apresentando resultados alarmantes. A inspeção visual, que detecta suor e outras secreções, reprovou 96% dos aparelhos nas academias públicas e 33% nas privadas.
A análise por fluorescência, que simula a presença de germes nas superfícies, identificou os aparelhos leg press, halteres e voador como os mais problemáticos. No teste de resíduos de proteínas, os equipamentos mais contaminados foram halteres, barra de agachamento, máquina hack e leg press.
Bactérias em academias
Para garantir a segurança dos usuários, práticas de limpeza eficazes são essenciais. Apenas água e sabão não são suficientes para eliminar completamente os microrganismos. É recomendado o uso de produtos químicos específicos para desinfecção. O uso de panos com álcool ou desinfetante após a utilização dos equipamentos pode reduzir significativamente a presença de germes.
A higienização é crucial para evitar a transmissão de doenças. Segundo o professor André Alvim, coordenador do estudo, a sujeira visível e invisível, detectada pelos testes de fluorescência e proteína, aumenta o risco de transmissão de doenças como gripe, COVID-19, diarreia e micoses. Os resultados do estudo, publicados na revista Journal of Human Environment and Health Promotion, destacam a necessidade de revisão dos protocolos de limpeza nas academias.
Os usuários das academias também desempenham um papel importante na manutenção da higiene. Além de utilizar toalhas individuais, é fundamental seguir as orientações de higienização fornecidas pelas academias. Alvim enfatiza que, se os protocolos de limpeza fossem seguidos rigorosamente, os dados do estudo seriam bem diferentes.
A pesquisa foi conduzida entre outubro e dezembro de 2023, em duas academias de Juiz de Fora (MG), uma pública e outra privada. A coleta de dados incluiu 120 avaliações em 48 equipamentos selecionados aleatoriamente. O foco foi em equipamentos de treino com alta rotatividade e frequente contato das mãos.
É responsabilidade das academias fornecer os produtos necessários para a correta higienização dos equipamentos e orientar os usuários sobre como realizar essa limpeza após o uso. A negligência na limpeza pode favorecer a proliferação de inúmeras doenças, enfatizando a necessidade de práticas rigorosas de higiene.