- Biossensor detecta Covid-19 pela saliva com alta precisão.
- Pesquisa brasileira pode transformar o diagnóstico rápido de vírus.
- Inovação na nanotecnologia oferece diagnósticos rápidos e acessíveis.
Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) criaram um biossensor inovador capaz de detectar a presença do SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, em saliva contaminada e meio salino.
O dispositivo mostrou-se eficaz como diagnóstico rápido e pode ser amplamente aplicado no controle de surtos epidemiológicos. Pode, assim, revolucionar as estratégias de testagem nos sistemas de saúde, público e privado.
O projeto, coordenado pela professora Célia Machado Ronconi, foi um dos selecionados pelo Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação – Impactos da Pandemia, da CAPES, que destina até R$ 25 milhões para financiar pesquisas até 2026.
O objetivo do projeto foi desenvolver um nanoimunoteste rápido que utiliza a técnica de espalhamento de luz dinâmico (DLS), aliado a nanopartículas de ouro funcionalizadas com anticorpos específicos para a proteína espícula do vírus. Esse método tem se mostrado eficaz para detectar o vírus em baixas concentrações, a partir de 4 x 103 PFU/mL, no caso de saliva artificial contaminada. Assim, o desenvolvimento desse biossensor pode ser um marco para testes rápidos e acessíveis para o diagnóstico de Covid-19 e outras doenças infecciosas.
Resultados promissores do biossensor e impactos sociais
Durante os experimentos de validação, o biossensor demonstrou a capacidade de identificar o SARS-CoV-2 com precisão. Além disso, também se mostrou adaptável para outras doenças virais, como o Zika. A pesquisa está em andamento, mas já gerou resultados positivos na quantificação do vírus, variando conforme a concentração viral detectada.
Além disso, o desenvolvimento do biossensor também envolveu o uso de diferentes morfologias de nanopartículas, como bastões e estrelas, aprimorando a sensibilidade e a eficiência do dispositivo.
O impacto do projeto vai além da ciência. Ele oferece uma tecnologia acessível que tem o potencial de ser aplicada em sistemas de saúde pública e privada para diagnósticos rápidos e econômicos. Além disso, o projeto está formando novos pesquisadores na área de nanotecnologia e diagnóstico, capacitando profissionais para atuar no desenvolvimento de tecnologias inovadoras. O investimento em pesquisas como esta é fundamental para a formação de uma base científica sólida e para o controle de surtos epidêmicos no Brasil.