Pesquisadores fizeram um avanço extraordinário na medicina ao desenvolverem um microrrobô capaz de manipular células individuais dentro do corpo humano. Utilizando tecnologia de litografia 3D de alta resolução, esses minúsculos robôs podem ser implantados em meios celulares e realizar o deslocamento preciso de células para locais desejados, abrindo novas fronteiras para a medicina personalizada e tratamentos avançados.
O mecanismo de captura desse microrrobô é ativado por luz, utilizando um laser que move uma seção do robô para “agarrar” a célula alvo. Uma vez que a célula é capturada, o robô pode transportá-la com a ajuda de uma plataforma controlada por laser. Esse nível de precisão é essencial para a investigação detalhada de células individuais, que frequentemente é um pré-requisito para avanços em pesquisas genéticas, proteômicas e outras áreas de biologia celular.
O estudo, publicado na revista *Advanced Materials*, destaca a inovação como uma evolução significativa na manipulação de células, principalmente pela sua capacidade de evitar danos fotônicos às células manipuladas. Diferente de outras técnicas que utilizam bioquímicos para prender as células, esse novo microrrobô emprega a elasticidade de seus componentes para segurar as células, o que permite que elas sejam liberadas a qualquer momento, sem comprometê-las.
Microrobô é capaz de mover um única célula
Essa tecnologia tem aplicações promissoras, incluindo a coleta de células, imagiologia 3D de células e o controle espacial e temporal de interações célula-a-célula. A capacidade de realizar essas tarefas com uma precisão que chega ao submicrômetro e com força na faixa dos femto-newtons representa um avanço crucial para a biomedicina.
Além disso, a fabricação desses microrrobôs com polímeros específicos, como o Ormocomp, que apresentam alta elasticidade, permite sua deformação sob forças ópticas mínimas. Isso é particularmente importante em aplicações de biomedicina, onde a integridade das células deve ser preservada durante manipulações complexas.
Os pesquisadores acreditam que essa tecnologia de microrrobôs pode revolucionar áreas como a medicina regenerativa, onde o controle preciso sobre células individuais é crucial. Imagine a possibilidade de mover uma célula-tronco até um local exato dentro de um tecido para promover a regeneração celular ou mesmo manipular células cancerígenas em microescala para estudar sua interação com diferentes tratamentos.
Com o avanço contínuo dessa tecnologia, o futuro da medicina personalizada parece cada vez mais próximo. Microrrobôs capazes de interagir diretamente com as células humanas não são mais uma ficção científica, mas uma realidade emergente que promete transformar a forma como entendemos e tratamos diversas doenças.
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