De acordo com o Banco Central, até maio deste ano, mais de 753 milhões de chaves Pix foram registradas, e ao final de abril, a entidade registrava 4,6 milhões de transações instantâneas realizadas. No entanto, com o aumento de usuários, também crescem as preocupações com fraudes.
Conforme dados do Banco Central divulgados ao portal E-Investidor, entre janeiro e maio deste ano, foram feitos cerca de 1,6 milhão de pedidos de estorno por suspeita de fraudes via Pix. No ano passado, foram 2,5 milhões nos 12 meses, um aumento de 66% comparado a 2022, quando foram feitas 1,5 milhão de solicitações.
Em resposta ao crescente número de fraudes, em 2023 o Banco Central implementou o Mecanismo Especial de Devolução (MED), que facilita a contestação de transferências feitas via Pix, aumentando a possibilidade de as vítimas recuperarem seus recursos.
Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, destaca a importância dessas medidas:
“O Pix é a ferramenta que mais cresce no Brasil, e com isso, medidas de segurança precisam ser aprimoradas. O MED garante mais proteção aos usuários, permitindo que continuem utilizando a tecnologia de maneira segura.”
Cristiano Maschio, especialista em pagamentos e CEO da fintech Qesh, acredita que o MED incentiva os bancos a colaborarem na luta contra fraudes, fortalecendo a segurança do setor financeiro e protegendo os consumidores:
“Bancos podem agilizar o processo de reembolso para vítimas de fraudes, fornecendo evidências sólidas e acelerando a resolução de casos”.
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Saiba como recuperar o Pix perdido em golpe
Para solicitar um estorno, os usuários devem seguir alguns passos:
- Fazer a reclamação na instituição bancária: A instituição avalia o caso e, se entender que faz parte do MED, o recebedor do Pix terá os recursos bloqueados da conta.
- Análise do caso: O caso é analisado em até 7 dias. Se concluírem que não houve fraude, o recebedor terá os recursos desbloqueados. Se for confirmada a fraude, em até 96 horas a vítima receberá o dinheiro de volta, integral ou parcialmente.
Jonathan Arend, consultor de cibersegurança da keeggo, reforça que além das medidas de segurança implementadas pelo Banco Central, é crucial que os usuários adotem práticas individuais de proteção, como autenticação em dois níveis e biometria, além de proteger as contas contra ataques de phishing e engenharia social.
Em 2022, o sistema financeiro brasileiro investiu R$ 3,4 bilhões em mecanismos de segurança e prevenção a fraudes digitais.