O preço do ouro (XAU/USD) registrou uma leve queda nesta segunda-feira, 01 de julho, aproximando-se de um suporte gráfico enquanto permanece dentro do intervalo que se estabeleceu desde que atingiu seu recorde histórico de US$ 2.450 em 20 de maio. A incerteza sobre quando o Federal Reserve (Fed) dos EUA começará a cortar as taxas de juros mantém os investidores em suspense e limita a direção do mercado.
O analista Joaquin Monfort comentou sobre a situação atual do ouro, destacando que a incerteza em torno da política do Fed está afetando diretamente a demanda pelo metal precioso.
“O ouro é sensível às taxas de juros porque é um ativo que não paga juros, então há um custo de oportunidade em mantê-lo. Ele tende a se beneficiar de uma demanda maior quando as taxas de juros estão mais baixas”, explicou Monfort.
Atualmente, o ouro está em um padrão de consolidação lateral enquanto os traders aguardam sinais mais claros do Fed sobre suas intenções de política monetária. Embora o índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) dos EUA, medida preferida de inflação pelo Fed, tenha caído conforme o esperado, alcançando 2,6% ano a ano em maio – próximo à meta de 2,0% do Fed – os dirigentes do Fed continuam cautelosos quanto ao compromisso com cortes de juros.
Monfort destacou que a cautela do Fed está relacionada aos “atrasos” na implementação da política de aperto monetário.
“Os formadores de preços de serviços e habitação ainda têm espaço para aumentar os preços, e isso mantém o Fed hesitante em comprometer-se com cortes de juros até que haja mais evidências de que a inflação está realmente diminuindo de forma sustentável”, afirmou.
- Leia também: Bitcoin hoje 01/07/2024: Touros começam a semana fortes e preço do Bitcoin sobe 3% perto de US$ 63 mil
Análise preço do ouro
As expectativas do mercado sobre quando o Fed poderia cortar as taxas de juros continuam a apontar para a reunião de setembro como uma possível data para o primeiro corte. De acordo com a ferramenta CME FedWatch, que calcula as probabilidades usando os preços dos futuros de 30 dias dos Fed Funds, a probabilidade de um corte em (ou antes de) setembro é de 63%, ligeiramente abaixo dos 64% de sexta-feira.
Monfort destacou a importância dessas expectativas para o comportamento do ouro. “Se o Fed sinalizar um corte de taxa, veremos um movimento ascendente no preço do ouro devido à fraqueza no índice do dólar. Por outro lado, a manutenção das taxas de juros altas ainda será positiva para o ouro a longo prazo, pois pesará no sentimento e no mercado imobiliário, aumentando a demanda pelo ouro como um porto seguro”, explicou.
Tecnicamente, o ouro recuou para encontrar suporte na linha de tendência descendente que rompeu na semana passada, conectando a “Cabeça” e o “Ombro Direito” do padrão de Cabeça e Ombros (H&S) agora invalidado, formado durante abril, maio e junho.
Segundo Monfort, ainda é possível que um padrão de topo mais complexo com “múltiplos ombros” tenha se formado, o que ainda poderia ser baixista. “Desde a quebra da linha de tendência, as probabilidades de um cenário baixista são menores. Existe a possibilidade de o ouro subir para o nível de US$ 2.369 se romper acima de US$ 2.340. O próximo alvo acima disso seria US$ 2.388,” analisou.
No entanto, Monfort também apontou para a possibilidade de uma reversão. “Se a linha de pescoço do padrão de topo comprometido em US$ 2.279 for quebrada, uma reversão para baixo pode seguir, com um alvo conservador em US$ 2.171 e um segundo alvo em US$ 2.105.”
- Leia também: Trem-bala entre RJ e SP tem inauguração prevista para 2032 após 35 anos de planejamento