Nesta sexta-feira, 26, o preço do ouro está send negociado na casa dos US$ 2.360, após se recuperar da Média Móvel Simples (SMA) de 50 dias. Essa recuperação ocorreu após uma queda acentuada no dia anterior, quando o ouro foi vendido com uma perda de mais de 1,0% em meio a temores sobre o crescimento global. A recuperação foi impulsionada por traders técnicos que aproveitaram a queda para realizar operações de curto prazo.
A venda maciça de ouro na quinta-feira foi exacerbada pelos dados preliminares de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que mostraram um crescimento anualizado de 2,8% no segundo trimestre.
Esse número superou as expectativas do mercado de 2,0% e dobrou o ritmo de crescimento do período anterior, que foi de 1,4%. “Os dados indicam que a economia dos EUA está se saindo melhor do que o esperado, o que pode levar o Federal Reserve a manter as taxas de juros altas por mais tempo para controlar a inflação”, explicou o analista Joaquin Monfort.
Essa perspectiva torna o ouro, um ativo sem rendimento de juros, menos atraente para os investidores. No entanto, as expectativas de cortes nas taxas de juros permanecem inalteradas, com o mercado ainda precificando uma redução de juros na reunião de setembro do Federal Reserve e antecipando mais dois cortes até o final do ano.
Na sexta-feira, o ouro pode ver mais volatilidade após a divulgação do Índice de Preços de Gastos de Consumo Pessoal (PCE) dos EUA para junho, a medida de inflação preferida do Federal Reserve. “Esse dado pode moldar ainda mais as expectativas para as taxas de juros nos EUA, impactando diretamente o mercado do ouro”, disse Monfort.
A expectativa atual é de que o Fed corte as taxas de juros em 0,25% em setembro, reduzindo-as de uma faixa superior de 5,50% para 5,25%. A probabilidade de mais dois cortes de 0,25% antes do final do ano também é superior a 50%, segundo a ferramenta CME FedWatch.
A leitura anterior do núcleo do PCE foi de 2,6% em maio, e os economistas agora esperam que caia para 2,5% em junho, aproximando-se da meta de 2,0% do Fed. Uma queda mais acentuada do que o esperado aumentaria a probabilidade de novos cortes nas taxas de juros após setembro; o oposto é verdadeiro para um resultado superior ao previsto.
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Análise Técnica: preço do ouro e suporte no SMA de 50 dias
O ouro está em uma nova perna de baixa dentro do intervalo alargado que formou desde maio. “O mercado está mais lateral do que direcional, e a tendência é sua amiga, então é provável que essa lateralidade continue”, comentou Monfort. A perna de baixa encontrou suporte na SMA de 50 dias em US$ 2.360 e apresentou uma leve recuperação.
“O fato de o indicador MACD ter cruzado abaixo de sua linha de sinal adiciona mais confirmação baixista ao movimento descendente que está se desenrolando. O MACD tende a funcionar particularmente bem ao sinalizar reversões de preço em mercados laterais”, acrescentou o analista.
Se o ouro fechar abaixo da SMA de 50 dias, provavelmente estenderá sua queda para o próximo nível de suporte na base do intervalo alargado e na SMA de 100 dias, em cerca de US$ 2.320.
Um rompimento acima da máxima histórica de US$ 2.483 indicaria o estabelecimento de uma alta maior e sugeriria a possibilidade de uma ruptura ascendente e uma extensão da tendência de alta de longo prazo. Esse movimento poderia desbloquear o próximo alvo de alta do ouro, aproximadamente em US$ 2.555-US$ 2.560, calculado pela extrapolação da razão de Fibonacci de 0,618 da altura do intervalo para cima.