Nesta segunda-feira, 29 de julho, o preço do ouro (XAU/USD) experimentou um recuo moderado, influenciado por um fortalecimento do Dólar Americano (USD) após encontrar resistência em torno dos US$2.400.
Segundo o analista técnico Guillermo Alcala, “o ouro encontrou resistência significativa nesta manhã, refletindo a força do dólar em meio a tensões geopolíticas no Oriente Médio”.
O fortalecimento do USD é impulsionado por notícias preocupantes de que o conflito no Oriente Médio pode se estender para o Líbano, o que está mantendo os investidores cautelosos e favorecendo o dólar como ativo de refúgio seguro. “Os riscos geopolíticos estão, de fato, ofuscando o principal evento da semana: a reunião do Federal Reserve (Fed), prevista para quarta-feira”, explicou Alcala.
Na sexta-feira, o Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de junho revelou que a inflação continua persistente, embora próxima da meta de 2% do banco central. “Os investidores ainda estão esperançosos de que o ciclo de flexibilização comece em setembro, e que o Fed possa sugerir essa direção após a reunião desta semana”, comentou o analista.
Espera-se que os dados de Aberturas de Vagas de Emprego (JOLTs) dos EUA para junho e o Índice de Confiança do Consumidor do Conference Board para julho, que serão divulgados na terça-feira, mostrem um abrandamento moderado, reforçando a perspectiva de um corte de taxas em setembro. “Se os dados confirmarem um enfraquecimento, isso adicionará peso à argumentação de um possível corte de taxas em setembro”, afirmou Alcala.
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Análise preço do ouro
O aumento das preocupações geopolíticas, com Israel considerando um ataque ao Líbano, está impulsionando o dólar como refúgio seguro e pesando sobre o ouro. Os rendimentos dos títulos de 10 anos dos EUA estão negociando em baixa, alimentados pela esperança crescente de que o Fed começará a cortar as taxas em setembro. A ferramenta Fed Watch do CME Group está precificando uma chance de 95% de que o Fed manterá as taxas inalteradas na quarta-feira e uma chance de 100% de cortes de taxas em setembro.
“É importante observar que a confiança do consumidor também está sendo monitorada de perto”, destacou Alcala. Na terça-feira, o Conference Board deve mostrar que o Índice de Confiança do Consumidor caiu para 99,5, em comparação com 100,4 no mês anterior. Além disso, as Aberturas de Vagas de Emprego dos EUA devem mostrar uma queda para 8,03 milhões em junho, em relação aos 8,14 milhões de maio.
Segundo Guillermo Alcala, a recuperação do XAU/USD das mínimas da semana passada em torno de US$2.350 foi limitada a US$2.400. “Esta é uma área de resistência importante, onde a Média Móvel Simples (SMA) de 100 períodos no gráfico de 4 horas encontra resistência descendente desde as máximas de 17 de julho”, explicou ele. No entanto, as tentativas de queda permanecem limitadas por enquanto.
“O RSI intradiário mostra um impulso positivo moderado, com o nível de US$2.380 segurando os ursos por enquanto. Abaixo deste ponto, o próximo alvo é a mínima de 25 de julho, em US$2.350”, disse Alcala. No lado positivo, uma confirmação acima de US$2.400 cancelaria a estrutura de baixa mais ampla e colocaria o foco em US$2.430.
O mercado está atento e qualquer movimento significativo dependerá não só dos dados econômicos dos EUA, mas também das tensões geopolíticas em curso. Alcala concluiu, “a volatilidade é esperada, e os investidores devem estar preparados para possíveis mudanças rápidas nas próximas semanas”.