O Google fechou um acordo com o estado da Califórnia para investir quase US$ 250 milhões ao longo dos próximos cinco anos em veículos de imprensa locais, com o objetivo de ajudar jornalistas a utilizar a inteligência artificial em suas reportagens.
O acordo também visa evitar uma proposta de lei que poderia obrigar gigantes da tecnologia a compartilhar suas receitas publicitárias com empresas de notícias.
O contrato firmado entre o Google e a Califórnia tem o potencial de servir como um modelo para outros estados e grupos de notícias que buscam estabilizar um setor em crise.
Nos últimos anos, o jornalismo tem enfrentado uma série de desafios, incluindo demissões em massa e o fechamento de redações, à medida que o número de leitores migra para plataformas online.
O financiamento previsto no acordo promete dar um fôlego financeiro aos veículos locais, permitindo-lhes investir em novas tecnologias e adaptar-se à era digital.
O envolvimento da OpenAI no acordo, embora ainda nebuloso, sugere que a inteligência artificial terá um papel central na revitalização do jornalismo local.
No entanto, não está claro se a startup de IA contribuirá financeiramente ou apenas com expertise tecnológica.
Acordo tem críticas de representantes do jornalismo
Apesar das promessas, o acordo não foi recebido com entusiasmo por todos.
Vários sindicatos de jornalistas se manifestaram contra, argumentando que o pacto faz pouco para “devolver a riqueza que este monopólio [Google] roubou das nossas redações”. Eles também expressaram preocupações sobre o uso de conteúdo jornalístico para treinar chatbots de IA, uma prática que muitos editores consideram injusta e prejudicial para o setor.
O acordo entre Google e Califórnia segue um modelo similar ao implementado na Austrália e no Canadá, onde as gigantes tecnológicas são obrigadas a fornecer financiamento para organizações de notícias locais.
Esses modelos foram criados em resposta ao colapso de muitos veículos de imprensa, que não conseguiram competir com o domínio das plataformas digitais sobre a publicidade online.
Enquanto o Google busca evitar uma legislação que poderia reduzir suas receitas, o acordo levanta questões sobre a real eficácia dessa estratégia para salvar o jornalismo local.
Embora o financiamento seja bem-vindo, críticos apontam que ele não aborda a raiz do problema: o desequilíbrio de poder entre plataformas tecnológicas e empresas de mídia.
À medida que outros estados e países observam os desdobramentos desse acordo, o futuro do jornalismo local permanece incerto.
A relação entre tecnologia e imprensa continua a evoluir, e o verdadeiro impacto de acordos como este só será compreendido com o tempo.
Se por um lado, o investimento pode oferecer um respiro para veículos locais, por outro, ele também pode criar uma dependência das empresas de tecnologia, levantando novas questões sobre a sustentabilidade e independência do jornalismo na era digital.