- Processo contra o Google aponta discriminação contra funcionários negros.
- Acordo de R$ 282,5 milhões (US$ 50 milhões) aguarda aprovação judicial.
- Google nega irregularidades, mas aceita acordo para encerrar a ação.
O Google concordou em pagar R$ 282,5 milhões (US$ 50 milhões) para encerrar uma ação coletiva que o acusa de preconceito racial sistêmico contra funcionários negros.
O acordo preliminar, protocolado na última quinta-feira (8) no Tribunal Federal de Oakland, Califórnia, cobre mais de 4 mil funcionários da Califórnia e de Nova York e ainda precisa da aprovação de um juiz.
Os autores da ação afirmam que o Google mantém uma “cultura corporativa racialmente tendenciosa“. Além disso, a gestão frequentemente direciona funcionários negros para cargos de nível inferior, com salários menores, avaliações de desempenho desfavoráveis e poucas oportunidades de promoção.
A denúncia revela que funcionários negros representavam apenas 4,4% da força de trabalho do Google e 3% de sua liderança em 2021.
“Os gerentes depreciavam os funcionários negros dizendo que eles não eram ‘Googley’ o suficiente”, de acordo com informações da Reuters. O processo afirma que os gestores usaram o termo “Googleyness” como um “apito de cachorro racista“.
Caso envolvendo discriminação racial no Google se intensifica
A ação começou em março de 2022, após o Departamento de Direitos Civis da Califórnia iniciar uma investigação sobre o tratamento dado pelo Google às funcionárias negras. A principal autora do processo, April Curley, foi contratada para expandir o alcance da empresa em faculdades historicamente negras. Ela afirmou que a empresa a preteriu em promoções e a estereotipou como uma mulher negra “raivosa”. Após trabalhar por seis anos, a empresa a demitiu enquanto ela preparava um relatório sobre preconceito racial.
O Google, que pertence à Alphabet, com sede em Mountain View, Califórnia, negou qualquer irregularidade ao aceitar o acordo e afirmou que está em conformidade com todas as leis aplicáveis. A empresa não deu mais detalhes sobre o caso.
Esse acordo é um dos maiores já registrados em casos de discriminação racial no setor de tecnologia. A denúncia levantou debates sobre a falta de diversidade e inclusão em grandes empresas do Vale do Silício. Embora tenha negado as acusações, o Google decidiu encerrar a ação para evitar prolongamentos judiciais e possíveis impactos na imagem da empresa.