O preço do ouro (XAU/USD) registrou uma leve queda nesta terça-feira, sendo negociado na faixa dos US$ 2.510. A redução nas tensões no Oriente Médio, que diminuiu a demanda pelo metal precioso como ativo de refúgio, foi um dos principais fatores para esse movimento.
Segundo o analista Joaquin Monfort, a recente troca de mísseis entre Israel e o Hezbollah não escalou como muitos temiam, o que contribuiu para o enfraquecimento do ouro. “A diminuição dos conflitos entre Israel e o Hezbollah reduziu a demanda por ouro, que tradicionalmente é procurado em tempos de incerteza geopolítica”, observou Monfort.
Além disso, o ouro pode estar sofrendo pressão adicional devido à divulgação de dados econômicos melhores do que o esperado nos Estados Unidos. Na segunda-feira, foi divulgado que os pedidos de bens duráveis subiram 9,9% em julho, o maior crescimento registrado desde maio de 2020.
“Esse resultado positivo ajudou a dissipar parte do pessimismo em torno da economia dos EUA e reduziu as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) precisará cortar as taxas de juros de forma agressiva para evitar uma recessão”, explicou o analista.
Monfort destacou que um programa mais gradual de cortes de juros poderia limitar o potencial de alta do ouro, já que o metal, que não gera juros, tende a ser mais atrativo em um ambiente de taxas mais baixas.
“A probabilidade de o Fed realizar um corte de 0,50% na taxa de juros em setembro caiu para menos de 30%, o que diminui as chances de um rali significativo no preço do ouro”, afirmou.
O dólar americano também apresentou uma leve recuperação na terça-feira, com o Índice do Dólar (DXY) subindo para 100,88. Como o ouro é cotado em dólares, uma valorização da moeda americana geralmente exerce pressão sobre o preço do metal precioso.
“O ouro tem uma correlação negativa com o dólar, então qualquer fortalecimento do dólar tende a pesar sobre o ouro”, acrescentou Monfort.
Análise preço do ouro
Em uma análise técnica, Monfort observou que o ouro está consolidado acima do suporte de sua antiga faixa de preço, mantendo uma tendência de alta de curto prazo. “Apesar de o ouro ter se movimentado lateralmente recentemente, a tendência geral ainda favorece uma alta. Um rompimento acima da máxima histórica de US$ 2.531, registrada em 20 de agosto, poderia confirmar um movimento ascendente em direção ao alvo de US$ 2.550”, projetou o analista.
No entanto, Monfort alertou para a possibilidade de uma correção no preço do ouro, caso o metal volte a ser negociado dentro da faixa anterior, o que poderia ocorrer com um fechamento abaixo de US$ 2.470. “Se o ouro romper o suporte e cair abaixo de US$ 2.470, isso poderia colocar em dúvida a tendência de alta de curto prazo”, ponderou.
Apesar das incertezas de curto prazo, o analista mantém uma visão positiva para o ouro no médio e longo prazo, citando fatores como a possível demanda adicional de grandes players, como o Banco Popular da China (PBoC). “O ouro ainda está em uma tendência de alta mais ampla, e isso suporta uma perspectiva otimista para o metal precioso”, concluiu Monfort.