O governo dos Estados Unidos anunciou nessa quinta-feira (19) uma medida drástica: a proibição da venda do software antivírus Kaspersky no país, além de uma recomendação para que todos os usuários busquem alternativas.
Essa decisão foi justificada pelo Departamento de Indústria e Segurança do Departamento de Comércio, que vê a empresa russa como uma ameaça potencial à segurança nacional e à privacidade dos cidadãos americanos.
Gina Raimondo, secretária de Comércio dos EUA, justificou a ação em uma teleconferência com repórteres:
“A Rússia mostrou que tem a capacidade e a intenção de explorar empresas russas como a Kaspersky para coletar e transformar em armas as informações pessoais dos americanos. É por isso que somos obrigados a tomar as medidas que estamos tomando hoje.”
A proibição impede que a Kaspersky venda seu software para consumidores e empresas americanas a partir de 20 de julho e cesse as atualizações de software e segurança após 30 de setembro.
Após essa data, o antivírus não terá mais permissão para enviar atualizações aos clientes nos EUA, o que resultará na degradação do software.
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EUA alegam que Kaspersky traz riscos à segurança nacional
Raimondo enfatizou que, embora os consumidores que já utilizam o software Kaspersky não estejam violando a lei, é altamente recomendado que mudem para alternativas mais seguras.
Para facilitar essa transição, o Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Justiça dos EUA trabalharão para notificar os consumidores e disponibilizarão um site com informações detalhadas sobre os próximos passos.
Essa proibição é apenas o mais recente de uma série de movimentos do governo dos EUA contra a Kaspersky.
Em 2017, a administração Trump já havia proibido o uso do software em agências federais devido a preocupações semelhantes.
A decisão atual segue relatórios de espionagem, onde hackers do governo russo teriam roubado documentos confidenciais dos EUA de um contratante de inteligência que utilizava o antivírus Kaspersky.
A empresa informou que tem mais de 400 milhões de clientes individuais e 240 mil corporativos globalmente, e, embora o número exato de clientes americanos não tenha sido divulgado, inclui um número considerável de organizações de infraestrutura crítica e entidades governamentais.