- Mais de 400 artistas assinam carta contra uso de IA sem licença.
- OpenAI e Google querem flexibilizar leis de direitos autorais.
- Indústria criativa exige negociação justa para uso de conteúdo protegido.
A batalha entre a inteligência artificial e os direitos autorais ganhou mais um capítulo. Mais de 400 membros da indústria do entretenimento assinaram uma carta aberta rejeitando os pedidos da OpenAI e do Google para treinar modelos de IA com materiais protegidos. A iniciativa reforça a crescente preocupação com o impacto das tecnologias emergentes sobre os direitos dos criadores.
A carta, divulgada em resposta ao pedido de feedback do governo dos EUA sobre o Plano de Ação de IA, conta com assinaturas de grandes nomes de Hollywood, como Ben Stiller, Mark Ruffalo, Cate Blanchett, Taika Waititi, Aubrey Plaza, Guillermo del Toro, Paul McCartney, por exemplo. Os artistas denunciam que as empresas estão buscando uma isenção governamental especial para explorar obras protegidas sem compensação justa.
Além disso, o documento critica diretamente as declarações da OpenAI e do Google, que argumentam que o treinamento de IA em conteúdos protegidos por direitos autorais é fundamental para a inovação e segurança nacional. Para os signatários, essa justificativa não se sustenta e pode comprometer a indústria criativa.
Carta das Estrelas contra a OpenAI e o Google
A carta, que foi disponibilizada pelo The Verge e pode ser acessada na íntegra aqui (em inglês), destaca:
Não há razão para enfraquecer ou eliminar as proteções de direitos autorais que ajudaram a América a florescer. As empresas de IA podem utilizar nosso material, mas devem seguir a lei e negociar licenças adequadas, como qualquer outro setor faz.
A mobilização das celebridades, no entanto, não é inédita. No ano passado, diversos artistas apoiaram um projeto de lei sobre segurança de IA na Califórnia, que acabou vetado pelo governador Gavin Newsom. A nova carta reforça a resistência da indústria do entretenimento contra a apropriação de conteúdo sem permissão.
O debate sobre regulamentação da inteligência artificial continua ganhando força, enquanto governos e empresas tentam equilibrar inovação tecnológica e proteção dos direitos autorais. A pressão da indústria do entretenimento pode influenciar futuras legislações e moldar o futuro da IA generativa.